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 Grupo criminoso planejou o crime para 15 de dezembro de 2022, mas desistiu após o STF adiar a última sessão da Corte 

Segundo os investigadores, grupo estava posicionado na rua para possivelmente sequestrar Moraes - (crédito: Carlos Moura/SCO/STF)

O grupo criminoso que planejou um golpe de Estado e assassinatos de autoridades brasileiras desistiu de sequestrar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o adiamento da última sessão plenária da Corte em 2022. A informação consta no relatório da Polícia Federal, da Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19/11). 

O dia marcado para o crime era 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação da chapa Lula e Alckmin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também três dias depois dos ataques à sede da PF, em Brasília. Segundo os investigadores, grupo estava posicionado na rua para possivelmente sequestrar Moraes.

A operação foi embasada nos arquivos deletados do computador do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid e também do general Mário Fernandes, ex-assessor do ex-presidente. A PF conseguiu recuperar o material e aponta que os golpistas criaram um grupo chamado “Copa 2022", com codinomes de países que estavam disputando a Copa do Mundo naquele ano.

“As mensagens trocadas entre os integrantes do grupo 'copa 2022' demonstram que os investigados estavam em campo, divididos em locais específicos para, possivelmente, executar ações com o objetivo de prender o ministro Alexandre de Moraes", escreveu a PF em relatório. 

"Às 20h33, a pessoa associada ao codinome 'Brasil' informa um dos locais em que estavam atuando. Diz: 'Estacionamento em frente ao Gibão Carne de Sol [restaurante]. Estacionamento da troca da primeira vez'. Em seguida, a pessoa associada ao codinome 'Gana' informa que já estava no local combinado: 'Tô na posição'. O interlocutor 'Brasil' responde 'Ok'", relatou a operação. 

Os golpistas desistiram da operação após o STF, que estava reunido em plenário naquele dia, ter decidido adiar um julgamento que estava em análise no momento. Ainda não se sabe o motivo que levou o grupo a abortar o plano. 

"Em seguida, o membro que utilizava o codinome 'Áustria' informa no grupo 'copa 2022' que está 'chegando' e pergunta: 'Qual é a sua posição Gana?'. Ele fica sem resposta, mas o usuário 'teixeiralafaiete230' compartilha, às 20h53min, um print de uma notícia com a manchete: 'Com placar apertado, STF adia votação de orçamento secreto para 2ª'", explica a PF.

"Cerca de dois minutos depois, 'teixeiralafaiete230' responde: 'Abortar... Áustria... volta para local de desembarque... estamos aqui ainda...'", destaca o relatório.

Plano golpista e homicida

As investigações da Polícia Federal apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Eles cogitaram assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva envenenado. 

O grupo era formado por militares do Exército, da ativa e da reserva, além de um agente da PF. Segundo a investigação, o plano foi batizado pelos golpistas de “punhal verde e amarelo”. 

Nas mensagens, Lula era chamado pelo codinome “Juca”, já o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), de “Joca”. A PF também descobriu que o ministro Alexandre de Moraes era monitorado até que essa organização conseguisse colocar em prática o plano. Os golpistas pretendiam matá-lo com um artefato explosivo ou por meio de envenenamento. 

"Foram consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público", diz outro trecho da decisão judicial. 

A operação foi embasada nos arquivos que foram deletados do computador do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e também do general Mário Fernandes, ex-assessor do ex-presidente. A PF conseguiu recuperar as mensagens com teor golpista e o plano de assassinato nesses arquivos. Houve prisões em Brasília e no Rio de Janeiro, além de buscas e apreensões no Amazonas e em Goiás. 

Da Redação

Com informações do 
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