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Momento foi instituído para evitar a influência externa na escolha do pontífice. Seguindo o rigoroso protocolo, cardeais ficam incomunicáveis até a fumaça branca sair da chaminé da Capela Sistina

Vestidos com uma batina vermelha ornada com faixa, anel, solidéu e barrete, os cardeais pedem luz para escolher o futuro líder dos 1,4 bilhão de católicos - (crédito: AFP)

 Às 16h30 desta quarta-feira, 7 de maio, as portas da Capela Sistina serão fechadas e só se abrirão novamente quando a Igreja Católica tiver um novo papa, eleito com ao menos dois terços dos votos dos cardeais. Quinze minutos antes, os 133 religiosos — eles são 135, mas dois não foram ao Vaticano por motivo de saúde — sairão da Capela Paulina, no Palácio do Vaticano, em procissão para o conclave.

Vestidos com uma batina vermelha ornada com faixa, anel, solidéu e barrete, os cardeais entoarão, no caminho, o Veni Creator, um hino que exorta o Espírito Santo. Eles pedem luz para escolher o futuro líder dos 1,4 bilhão de católicos.

Eles estão totalmente isolados do mundo exterior, sem comunicação e fazendo voto de silêncio”, conta Matthew Gabriele, professor de estudos medievais do Departamento de Religião e Cultura da Virginia Tech, nos Estados Unidos. O especialista explica que o rito do conclave — do latim, “com chave”, em referência ao isolamento dos cardeais — data do século 13.

“Nos primórdios da Igreja, o papa era frequentemente eleito meramente pelo consenso do clero e dos leigos em Roma”, conta Rebecca Rist, medievalista da Universidade de Reading, na Austrália. “Durante o período medieval, reis, imperadores e a aristocracia romana europeus frequentemente tinham muita influência nas eleições papais, então, em 1059, um órgão especial conhecido como Colégio dos Cardeais foi designado para se tornar o único a eleger o papa.” Os ritos — muitos dos quais não sofreram alteração — foram estabelecidos em 1276 pela Constituição Ubi Periculum.

Os purpurados na fila da votação que elegeu Francisco em 2013(foto: Valdo Virgo)

Violência

“Eleger essa figura poderosa foi um assunto turbulento, marcado pela violência e interferência externa”, observa Joëlle Rollo-Koster, professora da Universidade de Rhode Island, nos Estados Unidos, coeditora do livro História do Papado, de Cambrigde. “A igreja levou séculos para desenvolver um sistema eleitoral livre de manipulações — o que deveria ressoar na política contemporânea.”

Os cardeais eleitores, que devem ter menos de 80 anos, são bispos, presbíteros e diáconos. Rebecca Rist explica que eles não costumam votar em bloco — caso contrário, dificilmente seria escolhido um papa não italiano, já que os desta nacionalidade são maioria. Segundo a teóloga Susan Timoney, professora da Universidade Católica da América, em Michigan, embora passem muito tempo conversando entre eles, “quem está fora do conclave precisa ter cuidado para não reduzir as discussões dos cardeais à ‘política do dia’”.

Timoney ressalta que os católicos acreditam que quem age na escolha do novo pontífice é o Espírito Santo. “Acho que é um ambiente muito mais voltado para a oração. Acredito que muitos deles passam muito mais tempo em silêncio e em oração se preparando para essa decisão do que fazendo campanha para seu candidato.”

O conclave só termina quando sai a fumaça branca da chaminé instalada na Capela Sistina. Enquanto o povo aguarda, ansioso, na Praça de São Pedro, o cardeal eleito veste pela primeira vez a batina papal na “Sala das Lágrimas”, um pequeno cômodo dentro da capela. Dentro de minutos, então, o camerlengo anunciará a famosa frase “Habemus Papam”, apresentando ao mundo o novo pontífice.

Da Redação  Com Informação do

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