Mesmo com sessões previstas para esta terça-feira (22/7), presidente da Câmara proíbe reuniões até 1º de agosto e esvazia ofensiva bolsonarista durante o recesso parlamentar
Hugo Motta (Republicanos-PB) publicou decisão na manhã de hoje, vetando a realização de reuniões de comissões até 1º de agosto de 2025 - (crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)Em uma decisão publicada na manhã desta terça-feira (22/7), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), vetou a realização de reuniões de comissões entre os dias 22 de julho e 1º de agosto de 2025. A medida, embora amparada pelo regimento da Casa, pegou aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de surpresa e frustrou uma estratégia montada nos bastidores para manter o embate político ativo mesmo durante o recesso parlamentar.
Duas comissões tinham sessões programadas para hoje: a de Relações Exteriores e a de Segurança Pública. Ambas são presididas por parlamentares do PL e preparavam moções em apoio a Bolsonaro, em resposta às recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que impôs restrições por meio de medidas cautelares ao ex-presidente.
A mobilização bolsonarista já vinha ocorrendo desde o início da semana passada, mesmo após o recesso legislativo iniciado em 17 de julho. Deputados aliados voltaram ontem a Brasília para traçar estratégias ao lado de Bolsonaro, incluindo a tentativa de antecipar o fim do recesso e retomar oficialmente os trabalhos na Câmara e no Senado. O plano, no entanto, não teve sucesso. Motta decidiu manter o recesso parlamentar, com retorno previsto para 4 de agosto.
Com o esvaziamento das comissões nesta terça, uma das alternativas em discussão era a criação de frentes informais para tratar da comunicação e articulação política. O grupo também cogita organizar manifestações e fortalecer o discurso em defesa do ex-presidente.
Entre os principais pontos da pauta bolsonarista para o pós-recesso estão a tentativa de votar o impeachment de Alexandre de Moraes no Senado, a proposta de emenda à Constituição que prevê o fim do foro privilegiado e a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.