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Ex-GSI do governo Bolsonaro diz que não se lembra de mensagens que planejavam uma intervenção para impedir a posse do presidente Lula

    Ex-GSI do governo Bolsonaro disse que não se manifestava no grupo (foto: Agência Brasil/José Cruz)

O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro, participava de um grupo no WhatsApp com outros militares em que foi discutida uma ação golpista. A informação é do coronel aviador reformado Francisco Dellamora.

Ao UOL, Dellamora disse que o grupo se chamava 'Notícias Brasil' e reunia militares de alta patente desde 2016, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Um dos participantes citados por ele é o general da reserva Sérgio Etchegoyen, ex-GSI do governo Temer.

De acordo com Dellamora, o grupo existiu até o dia 8 de janeiro deste ano, dia dos atos golpistas, quando o grupo foi excluído pelo administrador, a qual a identidade não foi revelada. O coronel afirma que Heleno lia as mensagens, mas não se manifestava sobre as iniciativas de golpe.

Ao UOL, Dellamora negou que as mensagens fossem de teor 'golpista', no entanto, conforme o que foi relatado pelo coronel, as mensagens pediam uma intervenção para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Ninguém estava tramando golpe. A gente estava só conversando. Nós o tempo todo buscamos formas dentro da Constituição para evitar a continuidade de um golpe", disse o coronel sem dar mais detalhes.

"Esse [Rodrigo] Pacheco é o maior canalha do Brasil hoje porque ele não fez o que tem que fazer. Esse cara vai passar para história e para as leis da história do Brasil porque ele não deixa o Congresso fazer o que tem que ser feito. Porque tem que cassar. Ninguém tem que respeitar ninguém do STF não. Tem que cassar. São bandidos. Não existe Justiça no Brasil. Existe uma quadrilha instalada no STF", disse.

"As pessoas que estavam na ativa, como ele [Heleno], não se pronunciavam [no grupo]. Inclusive, quase todo dia eu escrevia alguma coisa e às vezes eu olhava para ver quem tinha lido. Teve um dia que ele leu três vezes, mas ele [Heleno] não se pronunciava", afirmou.

Já o general Heleno disse que não se recorda do grupo e que nunca ouviu nenhuma história "de que se vai decretar intervenção". "Não sei quem participou. Internet é um negócio em que você começa a responder uma porção de coisas, mas nunca participei disso. Eu não me lembro de ter lido essas mensagens porque não me lembro desse grupo. O coronel Dellamora está muito velho. Não sei a importância que ele tem no quadro político nacional hoje", disse.

Etchegoyen confirmou a existência do grupo, mas disse que se manifestou poucas vezes. Ele também negou envolvimento em discussões sobre a possibilidade de uma intervenção.

"Eu me manifestei lá uma ou duas vezes. Mas sobre intervenção, eleição, pelo amor de Deus, eu virei melancia porque achei que a eleição estava encerrada e que o presidente [Lula] tinha que assumir".

No ano passado, após as eleições, alguns militares estavam sendo referidos como "melancias", designação dada a oficiais supostamente favoráveis à esquerda, porque seriam 'verdes e amarelos por fora e vermelhos por dentro'.

Além de Etchegoyen e Heleno, estavam no grupo, segundo o coronel, cerca de 40 militares entre oficiais da ativa e da reserva - integrantes do Estado-Maior, do Ministério da Defesa e militares da área de Informações da Aeronáutica.

 Com

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