Elder disse ainda que, nas últimas 48 horas, o hospital Nasser, o maior de Gaza ainda em funcionamento, em Khan Yunis, foi bombardeado duas vezes.
A Faixa de Gaza é o lugar “mais perigoso do mundo” para uma
criança, denunciou nesta terça-feira (19), um porta-voz do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), após retornar do território palestino.
Estou realmente
furioso — declarou James Elder, em uma entrevista coletiva em Genebra, após
passar quase duas semanas em Gaza. — Estou furioso que aqueles que estão no
poder ignorem os pesadelos humanitários deflagrados sobre um milhão de
crianças.
O funcionário se referiu, entre outras, às crianças
internadas após serem amputadas e que, posteriormente, “morreram nesses hospitais”
pelos incessantes bombardeios israelenses.
Estou furioso que,
neste exato momento, haja mais crianças escondidas e que, sem dúvida, serão
atingidas [pelos bombardeios] nos próximos dias e sofrerão amputações —
acrescentou.
Elder disse ainda que, nas últimas 48 horas, o hospital
Nasser, o maior de Gaza ainda em funcionamento, em Khan Yunis, foi bombardeado
duas vezes, apesar de abrigar um grande número de crianças que já ficaram
gravemente feridas durante ataques contra suas casas, além de centenas de
mulheres e crianças que procuram refúgio.
O porta-voz do Unicef lamentou que milhares de crianças
mortas em Gaza “se tornem estatísticas”.
Fico furioso porque a
hipocrisia destrói qualquer empatia (…) e fico furioso comigo mesmo por não
poder fazer mais — adicionou.
O enclave palestino é bombardeado por Israel desde 7 de outubro, em resposta ao ataque do grupo terrorista Hamas contra seu território, que deixou 1.140 mortos, segundo autoridades israelenses. Do lado palestino, de acordo com o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, mais de 19.600 pessoas foram mortas até o momento na ofensiva israelense.