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No dia seguinte à indicação para trocar a presidência da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) justificou a apoiadores o preço elevado dos combustíveis no país elencando motivos que vão de diversos órgãos de controle que não funcionariam em sua visão, até que o PCC (Primeiro Comando da Capital) domina postos em "um grande estado do Brasil". A fala ocorreu logo depois de evento militar realizado em Campinas (SP).

"Há uma indústria bilionária, clandestina nos combustíveis do Brasil. Temos informações, inclusive, de que o PCC domina grande quantidade de postos de um grande estado do Brasil", disse Bolsonaro, sem especificar quais informações possui e a qual estado se referia.

A fala sobre a facção criminosa ocorreu num contexto em que o presidente, crítico da política de reajustes da Petrobras, dizia que a formação de preço dos combustíveis no país é uma "caixa preta".

Não citada pelo presidente, uma investigação da Polícia Federal levou, no ano passado, à deflagração da Operação Rei do Crime. Os investigadores apontaram que membros do PCC operacionalizavam a lavagem de dinheiro do narcotráfico em postos de combustíveis.

Os policiais federais firmaram parcerias com o antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e com a Receita Federal para cruzar dados de inteligência e mapear o 'caminho do dinheiro'. Os relatórios apontaram movimentações financeiras atípicas na casa dos R$ 30 bilhões, além da evolução patrimonial incompatível dos investigados.

"Quando você vê a nota fiscal você também não sabe quanto de imposto é federal, quanto é estadual, quanto é a margem de lucro dos postos e quanto se paga também na questão da distribuição. Você não sabe de nada, é uma caixa preta", declarou o presidente, que acrescentou que o preço dos combustíveis poderia ser pelo menos 15% mais barato. 

Na mesma fala, o presidente Bolsonaro citou como órgãos que deveriam "funcionar" o Ministério de Minas e Energia, a Petrobras, a ANP (Agência Nacional do Petróleo), uma secretaria de defesa do consumidor no Ministério da Justiça, e o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Segundo ele, esses órgãos "têm que mostrar serviço e não estourar no colo do presidente".

"A ANP não tem autonomia. Estão funcionando [os órgãos de controle]? O preço do combustível deveria ser no mínimo 15% mais barato sem interferência por parte do executivo", afirmou.

O presidente esteve na cidade paulista para acompanhar um evento na Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Durante discurso na escola militar, Bolsonaro disse que haverá mais interferência na semana que vem.

Na última quinta-feira, 18, a Petrobras anunciou aumento de 15,2% no óleo diesel e de 10,2% na gasolina. Foi o quarto reajuste do ano e pesou para que Bolsonaro indicasse um novo nome para o comando da estatal. O diesel e a gasolina já acumulam alta de 27,5% e 34,8% em 2021.

Ontem, Bolsonaro indicou o general Joaquim Silva e Luna para a função de Roberto Castello Branco no comando da Petrobras. Para valer, a decisão precisa ser analisada pelo conselho da empresa.

Fonte: UOL 

foto ilustrativa




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