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 Armamento, afronta ao STF e pautas de costumes são as bolas da vez do presidente para aumentar sua popularidade

Por-João Vitor Revedilho

Alan Santos/PR
Bolsonaro faz arminha com as mãos durante desfile de 7 de setembro

Em ritmo de campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) inflou seus apoiadores com promessas antigas, mas não cumpridas nos últimos quatro anos. Em pronunciamento nesta segunda-feira (25), na abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto, o presidente retomou a promessa de armar a população e voltou a desafiar o Supremo Tribunal Federal.

A tentativa de Bolsonaro é um aceno aos eleitores de 2018 que deixaram de apoiar o hoje candidato à reeleição pelo PL após a perda de força das pautas de costume. O Planalto enfrentou resistência no Congresso Nacional, além de precisar segurar cargos para aliados do Centrão, o que dificultou o avanço de pautas impopulares do bolsonarismo.

Em pronunciamento na abertura da Agrishow, o chefe do Executivo voltou a defender o armamendo da população. Para Bolsonaro, é necessário armar "cidadãos de bem" para bater de frente com o criminosos.

"Se o fuzil está na mão do vagabundo por aí, é porque é proibido para nós. Nossa política é para atender o cidadão de bem", afirmou.

O presidente ainda ressaltou a cobrança feita ao Ministério da Defesa para afrouxar a burocracia para adquirir a posse de arma de fogo. A previsão do Planalto é receber 100 mil pedidos para armamento neste ano. "Eu determinei que tomasse providência para desburocratizar mais ainda o que for possível. Eu não estou preocupado com o que vão falar por aí", concluiu.

A promessa também fez parte da campanha eleitoral de Bolsonaro em 2018, mas as sucessivas crises adiaram os planos do governo. Com a pressão do Planalto e da chamada "Bancada da Bala" no Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que altera as regras para acesso a armas. Entretanto, o Senado ainda tem dúvidas sobre a proposta e o texto não tem data para ser pautado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ).

"Apenas Deus me tira da cadeira"

Cercado de apoiadores, Bolsonaro afirmou que apenas Deus o tira da cadeira presidencial. A declaração acontece em meio aos ataques de bolsonaristas ao sistema eleitoral do país.

"Eu jamais esperava ser presidente da República. Já que aconteceu, entendo que é uma missão de Deus. A Ele eu agradeço a minha vida e essa missão. E reforçar aqui: só Deus me tira daquela cadeira", disse.

"Não somos corajosos não, somos apenas coerentes. E a coerência é uma coisa que tem que ser inerente à política. Só discurso não resolve, principalmente discurso em época de eleições", concluiu.

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro usa a frase para inflamar seus eleitores. Em eventos no Palácio do Planalto e em dia de julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente atacou o sistema eleitoral e reafirmou a manutenção da cadeira presidencial em seu poder.

Cargos técnicos no governo

O presidente ainda lembrou de nomes técnicos vinculados aos seus ministérios, outra de suas promessas de campanha em 2018. Entre eles, citou Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente. Salles, porém, é advogado e político, além de ser próximo de Bolsonaro. Ele pediu demissão após investigações no STF contra sua gestão à frente da pasta.

"Posso não ser o melhor presidente do Brasil, mas sou aquele que leva ao pé da letra a missão que me deram de conduzir o destino do Brasil da melhor forma possível. Isso eu tenho demonstrado ao escolher ministros técnicos, ao não aceitar indicação política para ministérios", disse.

Atualmente, entretanto, o governo conta com Paulo Guedes (Economia), Marcelo Queiroga (Saúde), Marcelo Sampaio (Infraestrututra), Augusto Heleno (GSI), Carlos França (Itamaraty), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Bruno Bianco (AGU) e Wagner Rosário (CGU) entre os nomes técnicos. Ou seja, das 23 pastas que compõem o governo Bolsonaro, apenas oito contam com experiência técnica para os cargos.

Disputas com o STF

Em pronunciamento, Bolsonaro voltou a afrontar decisões do Supremo Tribunal Federal. O presidente reafirmou o cumprimento do indulto dado ao deputado federal Daniel Silveira, condenado pelo STF por organizar atos antidemocráticos.

"No passado soltavam bandidos. Hoje solto inocentes", afirmou.

O chefe do Planalto ainda ameaçou não cumprir decisões que envolvem a demarcação de terras indígenas. Bolsonaro sugeriu "entregar as chaves" das terras ao STF ou não cumprirá a determinação. "Dentro do STF, tem uma ação levada avante querendo um novo marco temporal. Se conseguir vitória nisso, me resta duas coisas. Entregar as chaves para o Supremo ou falar que não vou cumprir. Eu não tenho alternativa", disse.


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