O próprio enviado de Mauro Cid afirmou à PF que conversou com o ex-presidente ao tentar liberar joias de R$ 16,5 milhõesBolsonaro. Créditos: Marcos Corrêa/PR
Um ex-funcionário da Presidência da República relatou à
Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma
conversa telefônica sobre um ofício elaborado por seu braço-direito, Mauro Cid.
O objetivo era resgatar as joias apreendidas pela Receita Federal no aeroporto
de Guarulhos, no valor de R$ 16,5 milhões.
Segundo o depoimento do ex-chefe de gabinete de documentação
histórica da Presidência, Marcelo da Silva Vieira, Cid pediu em dezembro de
2022, que ele assinasse um ofício para ser enviado à Receita Federal com o
objetivo de solicitar a incorporação dos bens apreendidos pela presidência. No
entanto, Vieira recusou o pedido de Cid. As informações são do blog da Andreia
Sadi.
Após a negativa, os dois conversaram sobre o assunto por
telefone. Mauro Cid colocou a ligação no modo viva-voz e pediu a Vieira que
explicasse ao ex-presidente Bolsonaro a situação e a razão de não poder assinar
o ofício. O ex-funcionário afirma que deu explicações técnicas sobre a impossibilidade
e que Bolsonaro respondeu com um "ok, obrigado".
Vieira ocupava o cargo de chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), responsável por revisar o que poderia ser aceito como presente para o acervo privado presidencial. Ele trabalhava no órgão desde 2017, durante a presidência de Michel Temer (MDB), mas foi exonerado em janeiro de 2023.