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   Por Luis Felipe Miguel

Valdemar e Bolsonaro. Foto: Reprodução

O relatório que o PL apresentou ao TSE é tão inepto que, em si mesmo, nem mereceria atenção.

Começa com um nonsense: pede a anulação dos votos de 59% das urnas, mas reconhece que não há indícios de fraude.

Fundamenta-se numa mentira: diz que a ausência do número de série das urnas nos relatórios emitidos impede a identificação e a fiscalização delas, mas, na verdade, não impede.

E se revela como uma molecagem: Valdemar Costa Neto procurou ministros do STF e do TSE para dizer que não confia no relatório e só falou por pressão de Bolsonaro.

Um político de projeção nacional, o presidente de um dos maiores partidos do país, pode agir assim?

Valdemar da Costa Neto age de má fé e endossa o relatório absurdo para desacreditar as eleições e dar gás aos delírios golpistas. O golpe não tem chance de prosperar, mas manter a tensão elevada prejudica o país. Como impedir que essa farsa prossiga?

A institucionalidade política tem um pressuposto: a maior parte dos agentes se mantém dentro de certos limites, nem que seja para evitar desgaste de imagem. Com isso, o gangsterismo político – do tipo que Valdemar Costa Neto pratica – permanece nas margens do jogo.

A ascensão de Bolsonaro trouxe este gangsterismo para o centro da política brasileira. Como lidar com ele é o xis da questão.

Um questionamento honesto do processo eleitoral seria legítimo e caberia ao TSE respondê-lo. Mas um relatório pilantra, sem pé nem cabeça, cuja motivação única é instigar a agitação golpista, precisa receber outro tratamento.

Costa Neto, Bolsonaro e todos os outros envolvidos precisam ser punidos. Afinal, estão agindo para tumultuar o futuro governo, legitimamente eleito, e impedir a reconstrução democrática do Brasil.

Como puni-los preservando a liberdade de ação dos agentes políticos idôneos? Como impedir que a repressão a quem conspira contra a democracia enfraqueça a própria democracia?

 Com

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