Em entrevista à revista francesa Paris Match, o ex-presidente Lula confirmou que pretende disputar a Presidência da República em 2022. Na edição da revista que começou a circular nessa quarta-feira (19), Lula afirmou que não hesitará em disputar contra o presidente Jair Bolsonaro.
“Se estiver na liderança das pesquisas para ganhar as eleições presidenciais e gozando de boa saúde, sim, não hesitarei”, respondeu o ex-presidente ao ser questionado se disputaria a corrida presidencial contra Jair Bolsonaro no próximo ano.
Pesquisa Datafolha divulgada semana passada mostra Lula à frente de Bolsonaro na disputa do primeiro turno e do segundo turno. Os levantamentos mais recentes também têm indicado piora acentuada na avaliação do presidente e de seu governo.
Ao longo das seis páginas da entrevista, Lula destacou as diferenças entre sua política externa e a de Bolsonaro.
“Acho que fui um bom presidente. Criei laços fortes com a Europa, América do Sul, África, Estados Unidos, China, Rússia. Sob meu mandato, o Brasil tornou-se um importante ator no cenário mundial, notadamente criando pontes entre a América do Sul, África e os países árabes, com o objetivo de estabelecer e fortalecer uma relação Sul-Sul e demonstrar que o predomínio geopolítico do Norte não é inexorável”, disse.
>>Eduardo Cunha declara voto em Bolsonaro em 2022 contra o PT
O ex-presidente voltou a criticar a conduta do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, responsável por sua condenação na Operação Lava Jato.
“Em meu primeiro depoimento, disse ao juiz Moro: ‘Você está condenado a me condenar porque a mentira foi longe demais e você não tem como voltar atrás’. Essa mentira realmente envolveu um juiz, promotores e a grande mídia do país, os quais me condenaram antes mesmo de eu ser julgado. O que eles não sabiam é que estou pronto para lutar até o último suspiro para provar que se uniram para me impedir de ir às eleições”, disse.
O petista também defendeu o estreitamento das relações do Brasil com a França e outros países. "O Brasil não deve procurar entrar em conflito com nenhum país. Nossa última guerra foi contra o Paraguai há 150 anos! Posso ter divergências com o presidente dos Estados Unidos, mas não devo perder de vista que devo manter relações diplomáticas com ele para garantir a democracia, a política de desenvolvimento, as relações comerciais, a ciência e a tecnologia", declarou.