500 mil crianças são vítimas de exploração sexual no Brasil, por ano
Hoje, dia 18 de maio, é considerado no Brasil o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O dia pertence ao Maio Laranja, um mês com a intenção de gerar debates de prevenção e conscientização sobre o cenário brasileiro quanto ao abuso e exploração de jovens no país. Neste ano, a campanha é realizada pelas plataformas digitais de vários Conselhos Tutelares do Brasil, com posts e indagações sobre o tema.
A campanha virtual esta necessária por conta do coronavírus e
a necessidade de distanciamento social entre as pessoas para o combate ao
Covid-19. No entanto, não há como fechar os olhos para os dados apresentados
onde mais de 70% dos abusos são realizados em casa, por meio de parentes e
pessoas próximas da criança e do adolescente. Em que apenas 2% dos delitos são
de fato denunciados. Por conta disso, a campanha é necessária, mesmo que
adaptada.
Dados sobre Abuso e à
Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Brasil
Por ano, o Brasil registra 500 mil casos de exploração sexual
contra crianças e adolescentes, ocupando o segundo lugar no ranking de
exploração sexual infantojuvenil. O primeiro país no ranking é a Tailândia.
75% das vítimas são meninas e, em sua maioria, negras. Elas
são vítimas de espancamentos, estupros, estão sujeitas ao vício em álcool e
drogas, e também a Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), já que muitas
vezes não utilizam preservativos.
Quando uma criança ou adolescente é vítima de uma violência
sexual, este crime é classificado como abuso ou exploração sexual. A diferença
entre as duas violações é o fator de lucro, já que a exploração é mediada pelo
pagamento em dinheiro ou qualquer outro benefício.
Apenas em 2019 o Disque 100, canal oficial do Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, registrou 42.585 denúncias no âmbito
da defesa dos direitos da criança e do adolescente. Cerca de 38,91% das
denúncias envolviam violência física, 21,32% violência sexual e 4,63%
exploração do trabalho infantil.
Dentro dos números apresentados, abuso sexual chegou a 80,15%
e exploração sexual a 14,85% e estão como as violações mais denunciadas em 2019
para este grupo. Seguidos por pornografia infantil (12,10%) e sexting – prática
de enviar mensagens, fotos ou vídeos sexualmente explícitos pelo celular –
(1,64%). As vítimas têm, em sua maioria, de 4 a 11 anos (42,07%). Em 2019,
dados divulgados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
relevam que, em 2019, foram registrados 11 mil denúncias de violação sexual
contra crianças de 0 a 3 anos.
Os dados destacam que grande parte das violações contra
crianças e adolescentes são cometidas dentro da casa da vítima. 39,46% pelo
padrasto ou madrasta, 18,45% pelo pai e 3,43% por familiares próximos. A
relação do suspeito com a vítima do suspeito com a vítima não foi identificada
em 17,62% das denúncias.
Os dados atuais alertam e surpreendem aqueles que não se
atentam ao cenário nacional atual, por conta disso, campanhas como a do Maio
Laranja são tão importantes. Não se cale, denuncie!