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Local foi palco de torturas e morte de Rubens Paiva. o processo se arrasta no Iphan desde 2013

Paiva foi levado da casa dele, no Rio de Janeiro, por agentes do Centro de Informações da Aeronáutica no dia 20 de janeiro de 1971 - (crédito: reprodução/tv globo)

 O Ministério Público Federal (MPF) emitiu, nesta terça-feira (21/1), uma recomendação ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que dê prioridade ao tombamento do antigo edifício do DOI-Codi, localizado na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. Utilizado na ditadura militar (1964–1985) como centro de repressão e tortura, o imóvel também é retratado no filme "Ainda Estou Aqui", que aborda o desaparecimento do ex-deputado federal Rubens Paiva.

Segundo o MPF, o processo de tombamento tramita desde 2013, mas segue inconcluso. A recomendação pede que o Iphan finalize a fase de coleta de provas ainda em 2025, avalie a possibilidade de tombamento provisório e disponibilize no seu site informações atualizadas sobre o andamento do caso. O objetivo é acelerar a criação de um espaço de memória no local, respeitando as demandas de familiares e organizações que buscam justiça e reparação histórica.

O DOI-Codi foi um dos principais órgãos de repressão durante o regime militar, e o prédio em questão ainda abriga instalações do Exército. Centenas de pessoas foram torturadas e mortas nessas dependências, entre elas Rubens Paiva, levado por agentes em 1971 e nunca mais encontrado. Segundo a Comissão Nacional da Verdade, ao menos 434 pessoas foram mortas ou desapareceram nas mãos do aparato ditatorial.

Ao defender o tombamento do imóvel, o MPF ressalta a necessidade de garantir a preservação de um capítulo fundamental da história brasileira, impedindo que os horrores da ditadura sejam esquecidos. Para familiares de vítimas, a iniciativa pode dar origem a um centro de memória que fortaleça a reflexão sobre os crimes cometidos e valorize a cultura de direitos humanos.

 

Da Redação

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