Deportados alegam que foram agredidos durante o voo; Itamaraty diz que os EUA violaram acordo
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil pedirá explicações ao governo estadunidense sobre o que o governo federal considerou um “tratamento degradante” dado aos brasileiros deportados pelo governo de Donald Trump, que chegaram algemados e acorrentados.
O que está acontecendo:
- Os
brasileiros deportados no primeiro voo da era Trump chegaram algemados a
Manaus e foram soltos por policiais federais brasileiros, por ordem do
governo federal.
- A
aeronave do governo dos EUA pousaria na noite dessa sexta (24/1) no
Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), mas o avião
precisou pousar em Manaus para abastecer. Na capital amazonense,
tripulantes perceberam problemas técnicos e cancelaram o voo seguinte.
- Por
ordem do presidente Lula, a FAB fez o transportes dos deportados do
Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus (AM), ao Aeroporto de
Confins.
- Dos
158 passageiros de várias nacionalidades, 88 são brasileiros, segundo
relatos de fontes do Itamaraty à reportagem. Quatro deles já teriam saído
do grupo em solo brasileiro.
- Para
o Ministério da Justiça, houve “flagrante desrespeito aos direitos
fundamentais dos cidadãos brasileiros”
O ministro Mauro Vieira, chefe do Itamaraty, viajou a Manaus
neste sábado (25/1) e se reuniu com delegado da Polícia Federal do Amazonas e
com comandante do 7º Comando Aéreo Regional, para obter detalhes sobre o
ocorrido com o deportados dos Estados Unidos. Em registro na rede social X, o
Itamaraty informou que a reunião foi para colher relator e informações sobre os
incidentes no aeroporto Eduardo Gomes envolvendo cidadãos brasileiros
transportados em voo de deportação do governo estadunidense.
O Itamaraty vai usar os assuntos abordados na reunião para
pedir explicações sobre o tratamento recebido pelos deportados que chegaram
algemados ao Brasil nessa sexta-feira (24/1).
Segundo a autoridade brasileira, essa situação viola um
acordo firmado com os EUA em 2018.
“O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas. O Brasil concordou com a realização de voos de repatriação, a partir de 2018, para abreviar o tempo de permanência desses nacionais em centros de detenção norte-americanos, por imigração irregular e já sem possibilidade de recurso”, diz a nota.
Da Redação