Jogador do Flamengo é acusado de forçar cartão amarelo em jogo de 2023; Justiça negou pedido para encerrar o caso, que segue com apoio da Conmebol e da CBF
Segundo a reportagem, os advogados do jogador ingressaram, em
9 de novembro de 2024, com uma petição na 7ª Vara Criminal de Brasília pedindo
o trancamento do inquérito e a devolução dos bens apreendidos — incluindo o
celular do atleta, confiscado durante uma diligência no Centro de Treinamento
do Flamengo. A defesa também teceu duras críticas à atuação da Polícia Federal,
classificando a operação como “truculenta” e “descabida”.
No pedido à Justiça, os advogados de Bruno Henrique alegaram
que as acusações se baseavam exclusivamente em dados fornecidos por casas de
apostas, sem verificação prévia por parte dos investigadores. “Não houve
diligência mínima para checar diversos pontos cruciais”, argumentaram os
representantes legais do jogador, questionando a solidez das provas reunidas
até então.
O juiz responsável pelo caso, no entanto, negou o pedido em
26 de novembro de 2024. Em sua decisão, o magistrado ressaltou que a
investigação ainda estava em estágio inicial e possuía elementos suficientes
para prosseguir. Ele também destacou o respaldo institucional que a apuração
vem recebendo. “Não se pode, no momento, coartar o trabalho investigativo, pois
está baseado em elementos concretos”, afirmou, mencionando o apoio da Conmebol,
da CBF e a autorização expressa do Ministério da Justiça.
Bruno Henrique é investigado por supostamente ter provocado
intencionalmente um cartão amarelo durante a partida entre Flamengo e Santos,
válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023. O episódio se tornou suspeito após a
descoberta de que parentes do jogador haviam apostado que ele seria punido com
o cartão — o que de fato ocorreu —, lucrando com o resultado.
O caso de Bruno Henrique é um dos mais emblemáticos em meio a
uma onda de investigações que têm abalado o futebol brasileiro nos últimos
anos, colocando em xeque a integridade das competições e expondo os riscos do
envolvimento entre atletas e o universo das apostas esportivas. A investigação
segue em andamento.
Da Redação