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Ataque é o mais letal de Israel contra o Líbano em 18 anos e fere 1,6 mil pessoas. Governo israelense diz que alvos eram arsenais do grupo xiita, mas há mulheres e crianças entre as vítimas.

O maior e mais mortal ataque aéreo de Israel contra o Líbano em quase um ano da escalada do conflito na região deixou pelo menos 492 mortos, incluindo 35 crianças, e 1,6 mil feridos nesta segunda-feira (23/09), segundo o Ministério da Saúde libanês.

Este seria o dia mais letal no Líbano desde que Israel e o Hezbollah entraram em guerra pela última vez em 2006.

Milhares de libaneses fugiram do sul do país, e a principal rodovia que sai da cidade portuária de Sidon ficou congestionada, com carros que se dirigiam a Beirute, no maior êxodo desde os combates de 2006.

Os alvos dos bombardeios foram centenas de bases do grupo extremista Hezbollah onde eram guardados armamentos, de acordo com os militares israelenses. Os alvos estavam no sul do Líbano, no Vale do Beqaa, no leste do país, e na região norte, perto da Síria. Mais de 800 alvos do grupo xiita foram atacados, de acordo com militares israelenses.

“Estamos aprofundando nossos ataques no Líbano, as ações continuarão até atingirmos nosso objetivo de devolver os moradores do norte em segurança para suas casas”, disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em vídeo.

Pouco antes da ofensiva, as Forças de Defesas de Israel tinham alertado a população civil para se afastar “imediatamente” de supostas posições e depósitos de armas do Hezbollah. Os moradores das áreas atacadas receberam mensagens de texto e de voz enviadas por Israel.

Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu para os libaneses deixarem suas casas.

“Levem este aviso com seriedade”, disse em mensagem gravada em vídeo divulgada enquanto aviões de guerra israelenses atacavam áreas do sul e do leste do Líbano.

“Por favor, saiam do caminho do perigo agora”, disse Netanyahu. “Quando nossa operação estiver concluída, vocês poderão voltar em segurança para suas casas”, completou.

Cresce tensão entre Israel e Líbano

O ataque dá continuidade ao acirramento da tensão entre Tel Aviv e o grupo extremista. Na semana passada, um ataque sem precedentes fez milhares de pagers e walkie-talkies explodirem, ferindo mais de 3 mil e matando 39 pessoas, incluindo integrantes do grupo terrorista, crianças e mulheres.

A operação foi atribuída a Israel, que não confirmou nem negou a responsabilidade do ataque.

Na sexta, bombardeios israelenses atingiram um prédio residencial nos subúrbios da capital Beirute, matando 45 pessoas, incluindo Ibrahim Aqil, membro do alto escalão do Hezbollah, segundo Tel Aviv.

O Hezbollah, por sua vez, intensificou os disparos de foguetes contra Israel durante o fim de semana e lançou cerca de 150 foguetes, mísseis e drones no norte do outro país, em retaliação aos ataques. A atuação do grupo extremista vem em apoio ao seu aliado palestino Hamas.

Desde o ataque de 7 de outubro, quando militantes palestinos se infiltraram em Israel em um festival de música, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestrando 251, o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, promete “aniquilar” o grupo. Para isso, tem comandado uma ofensiva contra a Faixa de Gaza que já deixou mais de 40 mil mortos.

No Líbano, o número de mortes causados pela guerra de Israel contra o Hamas e o Hezbollah gira em torno de 600 – entre eles, mais de 100 civis.

Ataque anunciado nas mídias sociais

O exército israelense anunciou a ação desta segunda-feira em suas mídias sociais. Foi publicada uma foto do tenente-general Herzi Halevi, descrito como o chefe militar, aprovando os ataques a partir do quartel-general militar em Tel Aviv.

sf/md (AP, Reuters)

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