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 Além de apontar declarações com inverdades, especialistas questionam suposta mudança de postura do líder do executivo.


Por - Israel Medeiros e Gabriela Bernardes

As reações ao discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula de Líderes sobre o Clima foram quase imediatas. Especialistas e políticos apontaram inverdades nas declarações do mandatário e questionaram os compromissos firmados por ele, que destoam de postura tradicionalmente negacionista, desde que assumiu o governo, sobre preservação ambiental.

Para o diretor-executivo do WWF Brasil, Mauricio Voivodic, o país “sofre um processo contínuo de desmantelamento de políticas públicas direcionadas à preservação do meio ambiente” desde que o presidente iniciou o mandato. “A equipe do governo Bolsonaro parece agir em direção contrária aos interesses nacionais e de conservação do meio ambiente”, avaliou.

Voivodic também ressaltou que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, trabalha para diminuir a fiscalização e para desmantelar órgãos ambientais que combatem a ilegalidade. Nesse contexto, ele disse que Bolsonaro age como se a Amazônia fosse um refém, ao exigir pagamento de líderes para manter a floresta de pé.

Na opinião de Fabiana Alves, coordenadora de Clima e Justiça do Greenpeace, dar recursos ao governo brasileiro, que atua contra a preservação ambiental, seria um equívoco. “É impossível proteger a floresta dando fundos a alguém responsável por níveis recordes de desmatamento na Amazônia e violações dos direitos humanos”, destacou.

Já o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), coordenador da Frente Ambientalista da Câmara, comentou que o governo está sentindo a pressão internacional, o que justifica o tom mais moderado do discurso de Bolsonaro. “O governo está acuado no ponto de vista da questão ambiental. Nós estamos, há dois anos e quatro meses, num processo de desmonte de todas as políticas ambientais brasileiras. (…) Nosso desmatamento já é superior a um milhão de hectares/ano. Então, esse discurso moderado vem por conta das pressões internacionais que o Brasil sofre”, argumentou.

O senador Jaques Wagner (PT-BA), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Casa, também criticou a fala de Bolsonaro. “Enquanto o mundo se compromete com avanços na área ambiental, a fala do presidente na Cúpula do Clima foi vazia e carregada de mentiras. Além de não demonstrar qualquer compromisso com o meio ambiente, apresentou ações que não são do seu governo e mentiu sobre as taxas de desmatamento na Amazônia”, afirmou.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) elogiou a participação do mandatário. “Em excelente discurso para a Cúpula de Líderes sobre o Clima nos EUA, o presidente Jair Bolsonaro reafirma o papel de liderança do Brasil na conservação de seu bioma e o compromisso em eliminar o desmatamento ilegal até 2030. O Brasil está aberto à cooperação internacional”, ressaltou.

 Com



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