Especialistas alertam para o fortalecimento do nacionalismo cristão durante o governo de Jair Bolsonaro (PL)
Nova pesquisa realizada pelo Datafolha revelou que 69% dos
residentes da cidade de São Paulo discordam da associação entre política e
religião como meio de promover melhorias na capital paulista. Entre os
entrevistados, 55% discordam completamente dessa ideia, enquanto 14% discordam
parcialmente. Por outro lado, 20% concordam totalmente e 10% parcialmente.
Apenas 1% não concorda nem discorda, e 1% não soube opinar sobre o assunto.
Realizada nos dias 7 e 8 de março, o levantamento contou com
1.090 entrevistados na cidade de São Paulo, com margem de erro de três pontos
percentuais para mais ou para menos. Além de investigar a intenção de voto na
corrida municipal de 2024, a pesquisa também avaliou a percepção dos atores políticos
na cidade.
Apesar da Constituição brasileira prever a laicidade do
Estado, especialistas alertam para o fortalecimento do nacionalismo cristão
durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — uma ideologia que
relaciona a identidade nacional à religião cristã. A defesa da mistura entre
política e religião foi feita pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro durante
um evento de apoio ao ex-presidente na Avenida Paulista, onde ela enfatizou a
importância de unir política e religião para restaurar a nação.
A concordância com a associação entre política e religião é
maior entre os apoiadores de Bolsonaro (40%) do que entre os apoiadores do
Partido dos Trabalhadores (PT) (28%). Além disso, essa tese é mais aceita entre
os menos instruídos, com 44% dos entrevistados com ensino fundamental
concordando, em comparação com 18% dos que têm ensino superior, e também entre
os de menor renda, com 37% dos que ganham até dois salários mínimos
concordando, contra 15% dos que recebem mais de dez salários mínimos. No
entanto, não foram observadas diferenças significativas de opinião entre
católicos e evangélicos.
A maioria dos entrevistados (56%) concorda com a ideia de que
a eleição para prefeito de São Paulo é uma continuação da eleição para
presidente de 2022. Além disso, a pesquisa revelou que 54% concordam totalmente
e 27% parcialmente com a afirmação de que o prefeito precisa do apoio do
governador do estado para ser bem-sucedido, enquanto 72% acreditam que o
prefeito precisa do apoio do presidente da República para ser bem-sucedido.
Por fim, 84% dos entrevistados acreditam que o voto para prefeito pode trazer melhorias para o bairro onde vivem. Dentro desse grupo, 60% concordam totalmente e 24% parcialmente com essa afirmação, enquanto 14% discordam.