ONG classificou o governo do ex-presidente como "conspiradores prontos para agir violentamente contra autoridades e subjugar o Estado de Direito"
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
A ONG Transparência Internacional publicou uma nota nesta terça-feira, 19, em que afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “promoveu um desmonte sem precedentes dos marcos legais e institucionais de combate à corrupção” com o objetivo de “blindar-se e à sua família“.
O perfil compartilhou ainda trechos do relatório da PF, no âmbito da Operação Contragolpe, sobre o suposto planejamento de neutralizar o ministro Alexandre Moraes, do STF, o presidente Lula (PT) e o vice da chapa Geraldo Alckmin (PSB). Segundo a Transparência Internacional, Bolsonaro “liderou um governo de conspiradores“.
Eis a nota na íntegra:
“Jair Bolsonaro elegeu-se sequestrando a causa anticorrupção, com um discurso oportunista e autoritário.
Quando assumiu o poder, promoveu um desmonte sem precedentes dos marcos legais e institucionais de combate à corrupção, para blindar-se e à sua família, contra investigações que revelaram toneladas de provas de desvio e lavagem de dinheiro.
Como cortina de fumaça, fomentou ódio e ataques às instituições durante todo o seu mandato.
Hoje não resta dúvida de que liderou um governo de conspiradores, prontos para agir violentamente contra autoridades e subjugar o Estado de Direito.
É fundamental que as investigações levem à responsabilização dos culpados, sem que haja – como é de praxe no Brasil – impunidade para os poderosos envolvidos.
A luta contra a corrupção não é um fim em si mesma, é uma luta por direitos. E não há luta contra a corrupção fora da democracia.”
A operação da PF
A PF deflagrou na manhã desta terça-feira, 19, a Operação Contragolpe que revelou um plano para “neutralizar” Alexandre de Moraes, Lula e Alckimin em 2022.
Foram presos um general reformado, um policial militar e três kids pretos, como são chamados integrantes das Forças Especiais do Exército.
De acordo com relatório da Polícia Federal, “o objetivo do grupo criminoso era não apenas ‘neutralizar’ o ministro ALEXANDRE DE MORAES, mas também extinguir a chapa presidencial vencedora, mediante o assassinato do presidente LULA e do vice-presidente GERALDO ALCKMIN, conforme disposto no planejamento operacional denominado ‘Punhal verde amarelo’, elaborado pelo general MARIO FERNANDES”.
O general reformado Mário Fernandes, que foi secretário-executivo da Secretaria-geral da Presidência no governo Bolsonaro, é um dos detidos nesta terça e foi apontado pela PF como líder dessa ação e “um dos militares mais radicais que integrava o mencionado núcleo militar”.
Da Redação