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No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, o IBC-Br apresentou uma expansão de 2,97%; nos primeiros nove meses de 2024, o crescimento acumulado foi de 3,3%

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou um aumento de 0,84% em setembro em comparação a agosto, após ter avançado 0,2% no mês anterior. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC).

Esse resultado superou as expectativas do mercado, que, segundo projeções do Valor Data, previa um aumento de 0,6%. Em comparação a setembro do ano passado, o índice subiu 5,1%, enquanto a expectativa do mercado era de um crescimento de 4,5%.

No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, o IBC-Br apresentou uma expansão de 2,97%. Já nos primeiros nove meses de 2024, o crescimento acumulado foi de 3,3%.

O IBC-Br considera dados de vários setores econômicos, como indústria, comércio, serviços e agropecuária, além de incluir informações sobre o volume de impostos. Esse indicador é divulgado mensalmente pelo Banco Central e serve como uma ferramenta para acompanhar a evolução da atividade econômica, auxiliando a instituição em suas decisões sobre políticas monetárias, incluindo possíveis ajustes na taxa básica de juros, a Selic.

No trimestre encerrado em setembro, o índice registrou um aumento de 1,1% em relação ao trimestre anterior. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 4,7%, refletindo uma expansão consistente da economia em relação aos últimos meses.

Para a equipe de análise macroeconômica da Genial Investimentos, o indicador “reforça a percepção de resiliência da atividade econômica mesmo diante de um cenário marcado por uma política monetária contracionista”.

A soma de outros índices, como de atividade da indústria, comércio e serviços, é vista pela gestora como fatores que corroboram a percepção de sustentação de um ritmo de crescimento ainda elevado para a economia, de modo que a desaceleração projetada deve ser mais lenta do que a antecipada pelo mercado.

O novo dado potencializa o ciclo de alta dos juros no Brasil, na visão de Yihao Lin, gerente de análises econômicas da Genial, que prevê, com a “Prévia”, um cenário aquecido também para o PIB do terceiro trimestre:

— Por um lado, vemos a atividade beneficiando o mercado de trabalho, a arrecadação, do governo, mas, por outro, a economia já está bastante aquecida. As surpresas indicam que a economia opera num patamar superaquecido, que gera pressões inflacionárias — afirma Lin.

Apesar do dado ligeiramente acima das expectativas, o analista entende que o último trimestre deve apresentar desaceleração, mas ainda com crescimento robusto:

— Se fosse um carro, vamos sair de 160 km/h para 120 km/h. É uma desaceleração, mas ainda estamos indo rápido — ele diz, se referindo ao “pé no acelerador” visto nos seis primeiros meses do ano sendo motivados pelos impulsos fiscais, que serão ausentes e não vão contribuir para os indicadores a partir do segundo semestre:

— Para além da política monetária contracionista, você tem ausência do impulso fiscal. É de se esperar que a economia desacelere.

Para Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, o ritmo da atividade real tende a continuar se beneficiando de estímulos fiscais, aumentos nos salários e crescimento sólido da renda real das famílias. Mas esse ritmo pode ser “parcialmente compensado” por conta do aperto monetário e incertezas em relação à política fiscal.

Da Redação

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