Os representantes da empresa demonstraram interesse em apoiar o projeto e se comprometeram em visitar o CCA para conhecer tudo de perto.
Desde o ano passado, a Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia, Atura, e a Universidade Federal da Paraiba, campus de Areia, estão juntas na retomada da produção de café.
Na última quinta-feira (04),representantes das duas instituições estiveram na indústria de alimentos São Braz, na estrada de Cabedelo, com o intuito de conseguir apoio para a ampliação do projeto de resgate dos cafezais do município.
ATURA e UFPB esperam que a iniciativa privada possa auxiliar na construção de estrutura para o avanço na pesquisa e na qualidade do café que já vem sendo produzido. E pensando numa indústria de excelência no beneficiamento do grão na Paraiba que pudesse ajudar, as duas instituições se reuniram semana passada com representantes da São Braz para apresentar o projeto e o andamento dele até agora.
Uma comitiva formada por Leonaldo Alves, presidente da Atura, Manoel Bandeira de Albuquerque, professor e diretor do Centro de Ciências Agrárias, CCA, UFPB Areia, Guilherme Silva de Podestá, professor e chefe do Departamento de Ciências Agrárias da UFPB Areia, foi recebida pelo presidente da São Braz, Leonel Freire, e pelo gerente de marketing, Carlos Frederico Dominguez.
Os representantes da empresa demonstraram interesse em apoiar o projeto e se comprometeram em visitar o CCA para conhecer tudo de perto.
Leonaldo Alves considerou a visita ao grupo São Braz muito proveitosa, destacando a convergência de interesses para o avanço do projeto envolvendo o café gourmet.
Professor Manoel Bandeira ressaltou a importância do apoio da São Braz para impulsionar o desenvolvimento de mais uma atividade agrícola na região, já que a empresa é referência no setor de café no Nordeste e no Brasil.
O resgate da cafeicultura no Brejo da Paraíba teve início em 2016, com a UFPB realizando pesquisa de literatura sobre como foi a produção de café em Areia. Foi feito um contato com a EPAMIG, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais para ver quais genótipos poderiam se adaptar aqui na região brejeira. Ainda em 2016, a universidade recebeu sementes e em 2017 , o campus fez um pequeno plantio. Em 2018, a universidade entrou com 21 genótipos da EPAMIG, já plantando no campo experimental da UFPB. Em 2020, foram introduzidas seis variedades tradicionais.
A ideia proposta pela Atura foi de adquirir as mudas e plantá-las nas propriedades dos associados, fortalecendo a pesquisa, gerando receita para o campus da UFPB e garantindo a concretização do projeto macro que é a criação da Rota do Café.
As sementes adquiridas pela Atura são certificadas. São cinco variedades do café arábica: Mundo Novo, Catuaí Vermelho, Catuai Amarelo, Catucaí Amarelo e Arara.
O que está sendo plantado hoje, vai ser colhido e beneficiado em 2025 e assim terá início efetivamente a Rota do Café que é a visita e a imersão no cultivo do grão.
Hoje, a universidade visa ampliar esse apoio aos novos produtores, oferecendo orientação no processo de adubação, controle de pragas, espaçamento, uso de adubos orgânicos.
A UFPB já produziu 15 mil mudas até agora e está empenhada em adquirir variedades do grão com potencial para regiões mais quentes e outras com potencial para resistência às pragas e doenças.
A expectativa tem sido muito otimista para que o café seja um atrativo a mais no Brejo da Paraiba.
Assim como Leda, outros empreendedores do município vinculados à Atura, adquiriram mudas de café da UFPB e estão plantando em suas propriedades com a meta de criar dentro de dois anos, uma rota de visitação, criando mais uma atrativo turístico para a cidade de Areia.