Durante a solenidade, foi assinado termo entre o Governo do Estado, por meio do Projeto Cooperar/PB Rural Sustentável, com a Cooperativa dos Agricultores Familiares do Município de Ingá e Região (Itacoop)
Apoio do Governo do Estado consolida produção de algodão orgânico na Paraíba ‧O vice-governador Lucas Ribeiro, acompanhado de auxiliares do
Governo, participou, nesta segunda-feira (8), da inauguração da usina de
beneficiamento do algodão orgânico, no município de Ingá, Agreste Paraibano. Na
ocasião, ele destacou a participação dos parceiros que estão fortalecendo a
cadeia produtiva do algodão orgânico junto à agricultura familiar. “Estamos
vivendo o resgate histórico do algodão na Paraíba”, disse.
Durante a solenidade, foi assinado termo entre o Governo do
Estado, por meio do Projeto Cooperar/PB Rural Sustentável, com a Cooperativa
dos Agricultores Familiares do Município de Ingá e Região (Itacoop), que
garante investimentos superiores a R$ 1,5 milhão para a instalação de uma outra
unidade, desta vez, para beneficiamento do caroço do algodão.
A participação do Governo do Estado, por meio da Empresa
Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer),
vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário e Pesca (Sedap), tem
sido essencial para a expansão da produção de algodão orgânico na Paraíba, em
trabalho de parceria com prefeituras municipais e associações de produtores
rurais.
Com a assistência técnica continuada, aumentam as perspectivas
de crescimento da produção de algodão na Paraíba, o que garante renda aos
produtores integrantes do programa. O presidente da Empaer, Aristeu Chaves,
disse que a empresa de extensão rural tem sido fundamental para a retomada e
ampliação da cultura do algodão orgânico, o que garante maior produtividade,
rentabilidade, cuidado com o meio ambiente, geração de emprego e renda no
campo. “A Empaer trabalha na mobilização e organização dos agricultores
familiares, estando sempre à disposição para atender a todos na orientação e
acompanhamento produtivo”, afirmou.
O Projeto Algodão Orgânico Paraíba teve início em 2009, na
região de Itabaiana, com apenas um agricultor familiar do Assentamento da
Fazenda Campos de Salgado de São Félix, Joselito da Silva, que teve a
assistência da Empaer. A partir do trabalho de conscientização dos agricultores
sobre a importância desta cultura como fonte de renda, novos produtores rurais
demonstraram interesse. Dois anos depois, já eram colhidas 50 toneladas de
algodão orgânico na região. Para a safra de 2023, com 125 agricultores
familiares em sete municípios, estão sendo cultivados 160 hectares, com
previsão de colheita de 160 toneladas de algodão orgânico branco e colorido.
“Foi a retomada desta atividade de cultivo do algodão que, em
décadas passadas e sobretudo entre os anos de 1960 e 1980 tinha forte presença
na Paraíba, mas com a chegada do bicudo, teve drástica redução de área
plantada”, comentou o gerente regional da Empaer em Itabaiana, Paulo Emilio de
Souza. Ele lembra que um único produtor decidiu plantar algodão, que serviu de
vitrine e outros foram se integrando ao projeto.
No ano de 2022, foram colhidas 50 toneladas de algodão
orgânico na região, como agora, todo comercializado para a exportação,
divididas entre três empresas compradoras. Quanto ao preço praticado, fica a
critério do comprador a negociação com o produtor, que também distribui
sementes e a sacaria.
O agrônomo Paulo Emílio destacou que o Projeto Algodão
Orgânico Paraíba é baseado em quatro pilares: o agricultor familiar com o
trabalho e a terra, o Governo do Estado, por meio da Empaer, com a assistência
técnica e extensão rural, as prefeituras municipais com o corte de terra e
logística, e a empresa compradora com a garantia de compra com o preço já
pré-estabelecido.
A usina de beneficiamento do algodão orgânico é considerada a
maior do Nordeste, com capacidade de atender a Estados vizinhos e
beneficiamento de quatro mil quilos de pluma por hora.
Presentes à inauguração da usina, além do presidente da
Empaer, Aristeu Chaves, do diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural,
Jefferson Ferreira de Morais, do gerente regional da Empaer em Itabaiana, Paulo
Emílio de Souza, vários extensionistas lotados em diversos municípios da região
estavam acompanhados de produtores rurais.
A usina – A Usina de Beneficiamento de Algodão Orgânico é
composta de uma máquina Lummus, que pesa 32 toneladas, com seis metros de
altura, ocupando mais da metade do espaço do galpão. Sua montagem demorou 90
dias e mobilizou 12 pessoas.
Oito pessoas que foram treinadas vão operar o equipamento que pode transformar até 4.000 quilos de algodão em rama em hora, o que antes era de apenas 225 quilos. A usina atenderá os produtores de algodão agroecológico branco e colorido, sendo que o beneficiamento será feito em cubas separadas. A máquina tem três cubas, sendo duas exclusivas para o algodão branco e para o colorido já certificados como orgânicos. A outra cuba é exclusiva para o algodão agroecológico em processo de transição para a certificação.
A aquisição do equipamento, além do apoio do Governo do
Estado, foi viabilizada pela união das indústrias Dalila Têxtil (SC) e da
Companhia Industrial Cataguases (MG). A negociação que garantiu cinco anos para
o prazo de pagamento teve o apoio da Texpar, do grupo paraibano Unitextil, e o
apoio logístico da Prefeitura da Ingá.
O presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares do Município de Ingá e Região (Itacoop), Antônio Barbosa da Silva, informou que proposta é atender a produção de algodão da Paraíba e expandir para o mercado do Rio Grande do Norte e do Ceará.
Fonte: Secom