O senador Renan Calheiros (MDB-AL) vai presidir a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) pelos próximos dois anos
AComissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do
Senado decidiu chamar o embaixador da Arábia Saudita para ajudar a esclarecer o
caso das joias de diamantes que o regime saudita deu para o então presidente
Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle Bolsonaro, em outubro de 2021, e que
acabaram retidos pela alfândega do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo,
durante a tentativa do governo Bolsonaro de ingressar ilegalmente com os itens
no País.
Ao Estadão, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que vai
presidir a comissão pelos próximos dois anos, afirmou que vai apresentar o
requerimento nos próximos dias, para convidar o embaixador da Arábia Saudita
para prestar esclarecimento. Desde dezembro do ano passado, o embaixador do
Reino da Arábia Saudita no Brasil passou a ser Faisal bin Ibrahim Ghulam.
Quando os presentes sauditas avaliados em cerca de R$ 16,5
milhões foram dados pelo regime árabe aos Bolsonaro, o embaixador do Arábia
Saudita no Brasil era Ali Abdullah Bahitham. No dia 25 de outubro de 2021,
enquanto o então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e sua comitiva
recebiam os pacotes de presentes no lobby de um hotel em Riade, antes de
partirem para o aeroporto, Bolsonaro estava na casa de Ali Abdullah Bahitham,
nuA comissão quer entender, por exemplo, por que a entrega dos presentes não
seguiu o tradicional rito diplomático, com a liturgia que essas tradições
sempre envolvem, e foi realizada em uma saída de hotel, quando a comitiva do
governo Bolsonaro partia, improvisando a alocação daqueles itens em suas
bagagens.
"Queremos botar um foco nessa questão e fazer o que for
recomendável. O ideal é que seja uma audiência pública. Eu vou olhar
atentamente para que essa providência seja apresentada", disse Renan.
"Dentro do limite de competência destama região nobre de Brasília,
acompanhado de seu filho Flávio Bolsonaro, diplomatas de países do Oriente
Médio e membros do Conselho de Cooperação do Golfo.
A comissão quer entender, por exemplo, por que a entrega dos
presentes não seguiu o tradicional rito diplomático, com a liturgia que essas tradições
sempre envolvem, e foi realizada em uma saída de hotel, quando a comitiva do
governo Bolsonaro partia, improvisando a alocação daqueles itens em suas
bagagens.
"Queremos botar um foco nessa questão e fazer o que for
recomendável. O ideal é que seja uma audiência pública. Eu vou olhar
atentamente para que essa providência seja apresentada", disse Renan.
"Dentro do limite de competência desta comissão, vamos botar um lupa sobre
essa assunto e ajudar a esclarecer as dúvidas."
Desde o dia 3 de março, quando o Estadão passou a revelar
detalhes do escândalo das joias, a reportagem procurou um posicionamento da
embaixada árabe no Brasil e, também, da embaixada brasileira em Raide, mas não
obteve nenhum retorno.
A tentativa do governo Bolsonaro de entrar ilegalmente no
País com joias milionárias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita será
investigada pela Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle
e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado. A informação foi dada pelo presidente
da comissão CTFC, Omar Aziz (PSB-AM). O parlamentar pretende direcionar os
esforços da comissão para apurar negócios que foram fechados entre empresas do
Oriente Médio durante a gestão Bolsonaro.
"É papel do Senado Federal a responsabilidade de apurar
qualquer desvio de conduta de servidores públicos, seja ele um ministro ou
presidente", disse Aziz ao Estadão. "Essa é uma história mal contada,
em que um ministro foi o portador de uma joia valiosa, que deveria ser do povo
brasileiros, mas que ele disse que iria para a primeira-dama. Temos que apurar
isso."
Fora do Congresso, o caso já é apurado pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União, Comissão de Ética da Presidência da República, Tribunal de Contas da União e Receita Federal.