Banco aprovou R$ 29 milhões para cidade de família do presidente após visita
Edifício sede da Caixa - Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilIntegrante do Conselho de Administração da Caixa, Maria Rita
Serrano irá apresentar um pedido de esclarecimentos sobre reportagem do GLOBO
que mostrou que, após uma visita de um irmão do presidente Jair Bolsonaro, o
banco aprovou R$ 29 milhões em obras para uma cidade onde moram familiares de
Bolsonaro.
"Na segunda-feira nós teremos reunião e vou pedir para
esclarecer. Vou perguntar como estão esses contratos. Eu peço (informações)
para a Vice-Presidência que gesta esses contratos", disse.
• Bolsonaro diz que torce pela paz na Ucrânia• Bolsonaro
corta 93% da verba do Casa Verde Amarela em 2023; não haverá como concluir
obras• PGR recorre para STF arquivar investigação da CPI da Covid que mira
Bolsonaro• Motociata no Agreste: Bolsonaro cumpre agenda em Pernambuco neste
sábado (17)• Acompanhe a agenda de campanha de Bolsonaro no Agreste
pernambucano
Neste sábado, sem citar o episódio, a presidente da Caixa,
Daniella Marques, escreveu no Twitter que todos os contratos do banco
"seguem rigorosamente as regras estabelecidas" por uma portaria e por
comitês internos. Marques acrescentou que a Caixa "possui procedimento de
retaguarda, comitê de auditoria e mais auditorias interna e independente".
Renato Bolsonaro, irmão do presidente, esteve na Caixa em
novembro do ano passado, junto com uma comitiva, para discutir demandas de
recursos para Miracatu, cidade localizada a 139 quilômetros de São Paulo e onde
trabalhava como chefe de gabinete do prefeito. Quase um mês depois, o banco assinou
a liberação de recursos.
Esse volume recorde de dinheiro é o dobro dos recursos viabilizados pela Caixa para Miracatu ao longo de 14 anos. Somente durante o governo Bolsonaro, o município foi agraciado com mais de R$ 40 milhões em verbas de convênios com ministérios que passaram pelo crivo do banco. Desse total, R$ 33,6 milhões foram autorizados em 2021, sendo a maior parte, R$ 29 milhões, destinada em dezembro do ano passado, logo após a passagem do irmão do presidente pela sede da instituição financeira.