Correio dá início a uma série de reportagens que relembra os tensos momentos que precederam a restauração do Estado de Direito, e o significado dessa conquista, ameaçada no 8 de Janeiro
Leia mais amanhã Correio testemunha o frenesi político da madrugada do dia 15 de março Leia também na página 18 - (crédito: Arquivo/CB/D.A Press)Recuperar esse e outros episódios, de quatro décadas atrás,
tem uma razão que vai além da responsabilidade e preservar a memória e de
relembrar a história: passadas quatro décadas, imaginava-se que as tentações
autoritárias estavam sepultadas e que os militares satisfaziam-se com o papel
que lhes é constitucionalmente determinado. Viu-se, recentemente, que isso não
é verdade.
Sarney era da Arena (que tornara-se PDS), integrou a Frente
Liberal e ingressou no PMDB para formar, com Tancredo, a chapa da Aliança
Democrática, que venceria Paulo Maluf e Flávio Marcílio, no Colégio Eleitoral,
em 15 de janeiro de 1985. A cerimônia que deu posse, interinamente, ao
vice-presidente teve início às 10h12 e foi rápida.
Um dia antes, na despedida do Senado, em 14 de março de 1985,
Sarney manifestou a certeza de que seria "um vice-presidente fraco de um
presidente forte" — como lembrou em depoimento ao Correio
Braziliense, na edição de 23 de fevereiro de 2025. "Saio do Senado no
alvorecer de um momento extraordinário de floração de grandes esperanças no
país. Tenho a nítida visão histórica e política da missão que exercerei. Posso
dizer ao Senado que exercerei a vice-presidência com absoluta doação, total
sacrifício e uma visão maior das minhas responsabilidades de político, num
momento de restauração do poder civil", prometeu, no discurso aos
pares.
Da Redação