Executivo busca avançar na articulação política; partidos da base veem oportunidade de maior participação no governo

Os novos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tomaram posse nesta segunda-feira (10), ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Com as trocas, o Executivo busca avançar na articulação política, e partidos da base aliada veem o momento como uma oportunidade de maior participação no governo.
Padilha assume no lugar de Nísia Trindade, que estava no
cargo desde o início do governo. Nos bastidores, as principais críticas à
gestão de Nísia eram a falta de uma “marca” na Saúde e a condução do combate à
dengue. Ela foi a terceira mulher a ser demitida do primeiro escalão do petista
— todas foram trocadas por homens (leia mais abaixo).
À frente das Relações Institucionais, que era ocupada por
Padilha, Gleisi ficará responsável pela articulação política entre Executivo e
Legislativo. Parlamentares avaliaram que ela terá uma boa relação com o
Congresso, contudo, congressistas ouvidos pelo R7 ponderaram que o nome da
deputada “não era o esperado” pelo centrão, que aguardava o anúncio de uma
pessoa mais ligada ao bloco.
A deputada volta ao posto de ministra no Palácio do Planalto
11 anos após comandar a Casa Civil, sob o governo da ex-presidente Dilma
Rousseff (PT). Ela é considerada uma aliada fiel de Lula, sendo de uma ala mais
à esquerda do PT.
Essa é a segunda reforma ministerial deste mandato de Lula —
a primeira ocorreu em setembro de 2023, para acomodar siglas do centrão.
As então ministras Daniela Carneiro, que chefiava o Turismo,
e Ana Moser, titular do Esporte, deixaram o governo em julho e setembro de
2023, respectivamente.
O terceiro mandato de Lula começou com 11 ministras. Depois
das saídas de Carneiro e Moser, o número caiu para nove, mas subiu para 10 após
a demissão do então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, em setembro
do ano passado, por denúncias de assédio. Ele foi substituído por Macaé
Evaristo.
Com a saída de Nísia e a entrada de Gleisi, o governo segue
com 10 ministras.
Da Redação