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 Em Alagoas, 36,7% das famílias estão em insegurança alimentar grave. Em Santa Catarina, são 4,6% (Por Cássia Almeida)

Morador de rua espera por restos de comida na frente de um restaurante, na Cinelândia, no Centro do Rio foto Domingos Peixoto / Agência O Globo

O mapa da fome no Brasil mostra que ela é mais grave nos estados do Nordeste e afeta mais as famílias com crianças.

E, quando se considera todos os tipos de insegurança alimentar para além da fome, os dados de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Rede Penssa, que reúne entidades como Ação da Cidadania, Oxfam, Vox Populi e Actionaid, mostram que apenas em quatro estados do país mais da metade das famílias têm a certeza que conseguirão se alimentar com a quantidade e qualidade necessárias.


Em todo o país, 33 milhões de brasileiros sofrem com algum nível de insegurança alimentar. São três gradações de insegurança: leve, moderada e grave. Famílias em insegurança alimentar grave passam fome.

Na pesquisa, que ouviu 12.743 famílias em 577 municípios do país, quando a resposta é sim às perguntas "as crianças deixaram de fazer uma refeição por falta de dinheiro ou ficaram um dia sem comer, por falta de dinheiro para comprar comida", é considerada uma insegurança grave. Quando falta comida para as crianças, é sinal de que a fome já é experiência vívida dentro da casa.
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A fome pelo país

Na média nacional, 15,5% das famílias passam fome. Veja, abaixo, o percentual de famílias em situação de insegurança alimentar grave em cada estado.



Nordeste
Maranhão: 29,9%

Piauí: 34,3%

Ceará: 26,3%

Rio Grande do Norte: 10,9%

Paraíba: 10,6%

Pernambuco: 22,2%

Alagoas: 36,7%

Sergipe: 30%

Bahia: 11,4%

Norte
Rondônia:15,1%

Acre: 18,8%

Amazonas: 26%

Roraima: 27,2%

Pará: 30%

Amapá: 32%

Tocantins: 17,5%

Centro-Oeste
Mato Grosso do Sul: 9,4%

Mato Grosso: 17,7%

Goiás: 11,9%

Distrito Federal: 13,1%

Sudeste
Minas Gerais: 8,2%

Espírito Santo: 8,2%

Rio de Janeiro: 15,9%

São Paulo: 14,6%

Sul
Paraná: 8,6%

Santa Catarina: 4,6%

Rio Grande do Sul: 14,1%


Entenda os critérios da pesquisa
São quatro níveis na Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia) usados nesses tipos de levantamento:

Segurança alimentar: A família tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades básicas, como moradia.

Insegurança alimentar leve: Há preocupação ou incerteza se será possível ter acesso a alimentos no futuro. A família acaba contando com uma qualidade inadequada de alimentação para ter quantidade suficiente de comida para todos. 

Ou seja, troca qualidade por quantidade.
Insegurança alimentar moderada: Em razão da falta de alimentos para fornecer a todos, as famílias reduzem a quantidade de comida ou há uma ruptura no padrão de alimentação, ou seja, na quantidade de refeições por dia, na qualidade do que 

vai para a mesa.
Insegurança alimentar grave: A família passa fome (sente fome por falta de dinheiro para comprar alimentos, faz apenas uma refeição ao dia ou fica sem comer um dia inteiro).
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