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Alvo de críticas de Jair Bolsonaro (PL), o presidente do Chile, Gabriel Boric, elogiou, em entrevista à revista Time, manifestos em defesa do sistema eleitoral brasileiro, como os publicados pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na avaliação do mandatário, a América Latina deve reagir em caso de tentativa de golpe contra a democracia.
"Foi muito esperançoso ver a carta de São Paulo, que tem um milhão de assinaturas a favor da democracia, com a transversalidade dos signatários de vários setores da sociedade e da política. Foi um sinal poderoso da sociedade civil brasileira. Se houver uma tentativa como aconteceu, por exemplo, com a Bolívia em 2020, em que se acusou de fraude que não foi, e um golpe de estado foi validado, a América Latina tem que reagir em conjunto para colaborar na prevenção", disse.
A manifestação ocorre depois de o governo do Chile ter convocado, na segunda-feira (29), o embaixador do Brasil em Santiago, Paulo Roberto Soares Pacheco, a prestar esclarecimentos sobre ataques feitos contra Boric durante o primeiro debate com candidatos à presidência da República, organizado por Folha de S.Paulo, UOL, Band, e TV Cultura. Lula apoiou o presidente do Chile também, o mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile. Para onde está indo o nosso Chile?", questinou Bolsonaro em suas considerações finais no evento.
Em nota, a ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, disse que as declarações do mandatário brasileiro a respeito do chileno são "informações absolutamente falsas" e que "corroem a democracia e as relações bilaterais". Na terça-feira (30), Bolsonaro se pronunciou sobre reunião do governo chileno com o embaixador do Brasil em Santiago. "Se exagerei ou não, não deixei de falar a verdade", afirmou.
Ao UOL, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que questionamentos sobre declarações feitas por Bolsonaro devem ser encaminhados à presidência da República e confirmou que o embaixador do Brasil em Santiago esteve na tarde de segunda-feira na chancelaria chilena. Questionado sobre as declarações de Boric à Time, o Palácio do Planalto não se manifestou.
Folhapress