Decisão da presidente do STF contraria pedido feito pela PGR de arquivamento das investigações de suspeita de charlatanismo, emprego irregular de verbas públicas e de prevaricação
Antes mesmo de assumir a presidência do Supremo Tribunal
Federal (STF), a ministra Rosa Weber, autorizou na sexta-feira (9) que a
Polícia Federal (PF) mantenha as apurações da CPI da Covid que pesam sobre Jair
Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o
ex-secretário-executivo da pasta Elcio Franco e o atual ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Weber atende a três ações da CPI da Covid que pedem para que
Bolsonaro seja indiciado sob suspeita da prática dos crimes de charlatanismo,
emprego irregular de verbas públicas e de prevaricação.
Eduardo Pazuello e Bolsonaro são apontados por emprego
irregular de verbas públicas. Já na ação que aponta prevaricação, além de
Pazuello, a apuração também envolve o ex-secretário-executivo da pasta Elcio
Franco e o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
A decisão da ministra, empossada nesta segunda-feira
(12), é contrária à posição da
Procuradoria Geral da República, que pediu arquivamento das investigações, em
julho deste ano, a pedido da vice-procuradora-geral da República, Lindôra
Araújo.
A vice-PGR justificou o pedido de arquivamento alegando que
não ter encontrado indícios para que as investigações continuem no âmbito da
PGR e solicitou que os casos fossem arquivados.
Apontada como aliada de Bolsonaro, Lindôra pretendia livrar o
chefe do executivo de cinco das principais acusações do relatório final da CPI.
No entanto, a presidente do STF deu amplo poderes para a polícia, determinando que a PF realize o que foi solicitado pela CPI, "além de outras [diligências] que a autoridade policial entender pertinentes ao esclarecimento dos fatos objeto do presente procedimento".