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 Segundo Wellington Dias, 6 milhões são de famílias formadas por uma única pessoa. Revisão do cadastro deve avançar em fevereiro para o pagamento do adicional de R$ 150 para crianças ser pago em março (Por Fernanda Trisotto e Bruno Góes)

Wellington Dias diz que governo vai fazer um pente-fino no CadÚnico em fevereiro 

Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, declarou nesta quarta-feira que o governo vê indícios de irregularidades em cerca de 10 milhões de beneficiários do Bolsa Família, que foi retomado pelo presidente Lula em substituição ao Auxílio Brasil. São, ao menos, 6 milhões de famílias formadas por uma única pessoa.

Essas inscrições suspeitas estão no Cadastro Único (CadÚnico), porta de entrada para o pagamento do Bolsa Família, que serão submetidas a uma avaliação mais rigorosa para a confirmação das informações.

O novo Bolsa Família tem o pagamento focado na família. O recadastramento certamente vai encontrar o chamado de família unipessoal. São cerca de dez milhões no meio de quarenta milhões de famílias que estão no Cadastro Único e que a gente acredita ter indícios de irregularidades. Destes, cerca de seis milhões são de famílias unipessoais ― disse o ministro ao deixar uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A revisão cadastral visa tanto a casos de erros banais em cadastros como a possíveis fraudes. As famílias unipessoais — ou seja, de pessoas que moram sozinhas — são alvo do governo pois o valor do benefício de R$ 600 (cuja manutenção foi viabilizada pela "PEC da Transição") é básico, independente do número de pessoas nas famílias.

Assim, há a suspeita de que pessoas que moram juntas tenham cadastros independentes como família unipessoal para receber dois benefícios. O programa, como aponta o próprio nome, é desenhado para ter um benefício por lar.

De acordo com o ministro, esse trabalho de revisão cadastral, que tanto vai retirar quanto acrescentar novos beneficiários, será feito em fevereiro. A intenção é liberar os pagamentos do adicional de R$ 150 para famílias com crianças de até seis anos, promessa de campanha do presidente Lula, em março. O ministro não mencionou se haverá pagamento retroativo desse valor.

Dias disse que grande parte dessas famílias foram incluídas no “último período”, fazendo referência ao segundo semestre de 2022, quando o então Auxílio Brasil passou a pagar o benefício para mais de 20 milhões de famílias. Ele ainda garantiu que a análise será feita de forma cuidadosa para não prejudicar os que mais precisam

A partir desse trabalho de recadastramento, será possível ampliar o pagamento da transferência de renda para cumprir a promessa de Lula de pagar adicional para famílias com crianças pequenas. Com isso, também, o governo terá condições de apresentar uma nova proposta para o Bolsa Família.

Agora em janeiro faremos o pagamento dos R$ 600. Inicia, em fevereiro, tanto a atualização cadastral como todo este trabalho com a rede da assistência social, com busca ativa para trazer quem está fora. No cartão que a gente libera em fevereiro para pagamento em março já estará atualizado com R$ 150 para aqueles que a gente tem segurança na atualização do cadastro ― explicou.

Questionado se haverá um pagamento retroativo do adicional para crianças, o ministro disse que o pagamento só pode ser feito quando o governo tiver a efetividade do cadastro.

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