PSOL vai ao STF contra o ex-presidente por seguir inflamando seus apoiadores a cometerem atos terroristas como os praticados em Brasília
Tirando "férias" nos Estados Unidos enquanto seus apoiadores praticam atos golpistas no Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de deportado, pode ter prisão decretada, passaporte apreendido e seus perfis nas redes sociais bloqueados.
Isso porque o ex-mandatário é apontado como o mentor do levante terrorista da último domingo (8), quando bolsonaristas fanáticos invadiram e depredaram as sedes dos Poderes na capital federal. Uma confirmação de que Bolsonaro não só incentivou como segue incentivando os atos antidemocráticos é o vídeo que ele compartilhou na noite de terça-feira (10) em seu Facebook.
Trata-se de uma fala do procurador bolsonarista Felipe Gimenez dizendo que "Lula não foi eleito, mas escolhido pelo STF e TSE". A postagem de Bolsonaro, além de desafiar a Justiça brasileira, já que há inúmeras ações coibindo a divulgação de fake news, também é um endosso ao golpismo de seus apoiadores. Isso porque o vídeo em questão foi divulgado apenas 2 dias após o levante terrorista de bolsonaristas em Brasília e enquanto esses radicais planejam novos atos antidemocráticos.
Por conta da nova publicação golpista - já deletada pelo ex-mandatário -, parlamentares do PSOL e o presidente do partido, Juliano Medeiros, protocolaram junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (11) uma representação em que solicitam medidas cautelares contra Bolsonaro no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos.
"Depois da invasão e da quebradeira dos palácios dos três poderes no último domingo, Bolsonaro postou um vídeo nas suas redes sociais que dizendo não reconheceu o resultado das eleições, insinuando que o STF haveria colocado Lula na cadeira da presidência e instigando seus seguidores a seguirem questionando a vontade popular. Pois bem. Nós, então, estamos pedindo ao ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do inquérito dos antidemocráticos, que tome a mesma sanção que já fez com outras figuras públicas, como parlamentares como Carla Zambelli. Pra que as redes dele sejam derrubadas porque elas estão sendo utilizadas pra propagar o autoritarismo, o golpismo e para questionar as eleições", afirma a deputada federal Sâmia Bomfim, uma das autoras da ação.
"Nesse momento em que as autoridades estão atuando pra coibir essas ações e responsabilizar os criminosos é, sem dúvida, necessário que as redes do Bolsonaro sejam derrubadas porque ele está atuando como o um dos principais responsáveis por seguir essa escalada golpista e de desrespeito ao resultado das eleições do Brasil", prossegue a parlamentar.
Medidas
Além do bloqueio dos perfis de Bolsonaro nas redes sociais, o PSOL solicita ao STF tomada de depoimento do ex-presidente, quebras de sigilos telefônicos e telemáticos, apreensão do passaporte e decretação de sua prisão preventiva.
"É urgente que tais episódios sejam investigados pelas instâncias competentes, não só para elucidação do caso, mas também para punição do ex-Presidente Jair Bolsonaro, que vem enfraquecendo, profunda e sistematicamente, a democracia brasileira. É fundamental que os poderes constituídos tomem as providencias cabíveis para punir Jair Bolsonaro pelos atentados recorrentes contra o Estado Democrático de Direito", diz trecho da representação.