Josenaldo Alves consta na lista dos 1.159 detidos pelas forças policiais do DF; Supremo diz que vai apurar se ele repassou 'informações sensíveis que possam ter fragilizado a segurança' (Por Eduardo Gonçalves e Daniel Gullino)
O STF informou que abriu um processo para investigar "se o vigilante repassou informações sensíveis que possam ter fragilizado a segurança". A Corte também afirmou não saber se ele participou de atos de vandalismo dentro do prédio do Supremo.
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"A empresa terceirizada foi notificada do ocorrido, e o STF apura se o vigilante repassou informações sensíveis que possam ter fragilizado a segurança. As investigações estão em andamento, e ele responderá por seus atos conforme o devido processo legal", diz o texto enviado pelo Supremo.
Alves trabalha para a empresa Zepim Segurança e Vigilância, que presta serviços ao STF e outros órgãos públicos. Ele estava de folga no dia dos atos.
Procurada, a empresa se pronunciou por meio de uma representante do RH que não se identificou. Ela afirmou que não compete à empresa se manifestar sobre o que um funcionário faz em seu dia de descanso.
O que um funcionário faz no dia de folga dele não cabe a nós. Em questão do que vai acontecer com ele, isso só é relacionado a ele. Não temos nada a declarar — disse.
Segundo a Polícia Federal, Alves e os outros 1.158 suspeitos presos devem responder pelos crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, perseguição e incitação ao crime. O advogado do suspeito não foi localizado pela reportagem.
No último domingo, a sede do Supremo foi invadida e depredada por um grupo de manifestantes que não aceitam o resultado das eleições e pedem um golpe de Estado. O ato, que também culminou com o quebra-quebra nos prédios do Planalto e Congresso, partiu do acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército.