Antes de participarem da invasão às sedes dos Três Poderes no último domingo, bolsonaristas já tinham sido investigados por outros crimes (Por Luísa Marzullo)
Apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que
participaram dos atos terroristas no último domingo, em Brasília, já tinham
antecedentes criminais. Entre as passagens na polícia há investigações por violência
contra a mulher, tráfico de drogas e até mesmo um caso de homicídio.
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Morador da cidade de Novo Progresso, no sudoeste do Pará,
Antônio Geovane Sousa de Sousa, de 23 anos, é um dos presos listados pela
Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seap-DF). Em 2018, ele foi
detido em uma investigação por esfaquear um homem até a morte. Em seguida,
fugiu do local e permaneceu como foragido da Justiça.
Em Brasília desde o dia 15 de novembro, onde esteve acampado em frente ao quartel-geral do Exército, ele relatou, em depoimento à polícia, ter ido à capital para se manifestar contra o comunismo que seria instaurado pelo presidente Lula (PT). No último domingo, ele foi preso antes mesmo dos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto serem invadidos. Na ocasião, ele estava com bombas, estilingues e materiais usados para fazer coquetel molotov.
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ataques ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao STF
Outro preso com antecedentes criminais é Armando Valentin
Settin Lopes de Andrade, de 46 anos. De Águas Claras, cidade satélite de
Brasília, o bolsonarista é alvo de uma medida de segurança por parte da
ex-mulher. De acordo com processo que tramita na Justiça da capital, os dois
foram casados por quatro anos e se divorciaram em 2019 de forma consensual.
No ano passado, no entanto, a ex-companheira iniciou um novo
relacionamento — foi quando teria começado a ser perseguida por Andrade. No
processo, ela descreve que seu ex-marido estaria rondando sua residência, além
de intimidações ao novo namorado. Nos autos, foram anexados áudios de cunho
sexual que teriam sido enviados a ela com o objetivo de gerar constrangimento.
A decisão pela proibição de contato é de setembro de 2022.
Apesar de não constar na lista de presos, Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, 67 anos, também foi identificada como uma das golpistas. Em vídeo que viralizou nas redes sociais, a idosa de Tubarão (SC) ameaçou o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Fátima Mendonça - senhora de 67 anos que gravou vídeo ameaçando Alexandre de Moraes — Foto: Reprodução
Vamos para a guerra, é guerra agora. Vamos pegar o Xandão agora —
Vamos para a guerra, é guerra agora. Vamos pegar o Xandão
agora afirmou depois de dizer que tinha usado o banheiro do magistrado, dentro
do prédio do STF.
Bem antes de participar da depredação do patrimônio público
na capital do país, a catarinense foi condenada por tráfico de drogas. Em 2014,
ela se tornou alvo de um processo que corre em sigilo no Tribunal de Justiça de
Santa Catarina. Além de tráfico, ela também responde pelos crimes de
estelionato e falsificação de documento público.