Há meses, integrantes do PSB discutem uma aliança com Lula como estratégia para derrotar Jair Bolsonaro. Na conversa de ontem, em Brasília, um passo importante: a demarcação de territórios, os interesses regionais que podem unir ou abalar a reaproximação. O PSB quer o apoio ou, no mínimo, a neutralidade do PT em estados estratégicos para o partido, como Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Distrito Federal. Em troca, estará com Lula já no primeiro turno e não com um nome da Terceira Via.
Parente na cabeça
Lula disse que se encontrou recentemente, por acaso, com Pedro Parente no aeroporto. Os dois teriam conversado sobre o filho do ex-ministro de FHC, Rafael Parente, pré-candidato ao Palácio do Buriti. Rodrigo Rollemberg confirmou o projeto local. Para Lula, não há muita dificuldade, uma vez que o PT de Brasília não tem candidato natural ao GDF. Para fazer a coisa andar, Lula pediu que a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, organize um encontro entre petistas e a cúpula do PSB do DF.
Com Freixo, beleza
O acordo entre PSB e PT no Rio não enfrenta dificuldades. O candidato é Marcelo Freixo, nome aprovado por Lula.
No Espírito Santo, é difícil
O governador Renato Casagrande é uma das vozes do PSB contra a aliança com o PT e a favor da Terceira Via.
Na terra de Eduardo Campos vai
Em Pernambuco, também avança. Lula esteve no estado com o prefeito de Recife, João Campos (PSB), e com o governador Paulo Câmara (PSB). Demonstrou empenho em retomar a parceria dos tempos de Eduardo Campos. A deputada Marília Arraes (PT), adversária de João Campos na disputa municipal de 2020, precisa ceder e apoiar o candidato do PSB, provavelmente o ex-prefeito Geraldo Júlio.
Em São Paulo, é impossível
O PSB quer o apoio do PT para a candidatura de Márcio França ao governo de São Paulo. Nesse ponto, não avança. Além de Fernando Haddad estar no páreo, Lula fez elogios a Guilherme Boulos (Psol), também na disputa. Mas França pode seguir como vice de Geraldo Alckmin contra a reeleição do vice de João Doria, Rodrigo Garcia. Aí o jogo embaralha.
Aposta petista em Leite
Entre petistas, a aposta é de que Eduardo Leite vai vencer as prévias do PSDB. No encontro com a cúpula do PSB, o deputado José Guimarães (PT-CE) disse que ouviu do presidente do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE), prognósticos bem positivos para o governador do Rio Grande do Sul contra João Doria.
Carneiro emedebista
Depois do encontro com o PSB, Lula estará hoje com emedebistas. O ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE) prepara dois carneiros para servir em casa ao ex-presidente Lula e a caciques do MDB. O voto de Eunicio, Lula já tem. Assim como o de muitos políticos do MDB do Nordeste. Mas vai ser difícil fechar uma coligação sem prejudicar alianças regionais, especialmente no Sul e no Sudeste, onde há emedebistas com ojeriza a Lula, como, por exemplo, o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), da bancada ruralista no Congresso.
Tempero lulista
Eunício teve a ideia de matar carneiros de sua fazenda para servir no jantar com caciques do MDB, porque conhece o gosto de Lula. Ao receber o petista em seu apartamento em Fortaleza, há um mês, o ex-senador também mandou preparar o prato. Lá teve a ajuda da noiva de Lula, Janja da Silva, que foi para a cozinha ajudar no tempero.
Por telefone
Nas andanças pelo país, Lula esteve com vários líderes regionais, especialmente no Nordeste. Com Ibaneis, o petista conversou por telefone. Mas agora, no jantar de Eunício, surgiu a oportunidade presencial. O governador do DF é um dos que avalia como possível a aliança com o petista. E há quem acredite numa costura para Ibaneis ser vice na chapa.
Quem não?
Comentário de um emedebista sobre Ibaneis querer ou não ser vice na chapa de Lula: “Quem não gostaria?”
Educação pública x privada
A professora Maria Francisca Pinheiro Coelho, do Departamento de Sociologia da UnB, lança, hoje (6/10), o livro O público-privado na educação brasileira: o conflito na Constituinte (1987-1988). É fruto da tese de doutorado da autora, que acompanhou as discussões na época. Retrata a disputa entre interesses das escolas públicas e particulares, marcada por um conflito histórico, segundo a professora que defendeu a tese em 1991, mas teve neste ano a ideia do livro. Segundo Maria Francisca, a educação pública venceu o embate na Constituição de 1988. É o que mostra no livro, da editora Appris.
Apoio importante
A maior cabo eleitoral de André Mendonça para a vaga ao STF é a primeira-dama Michele Bolsonaro.
A pergunta que não quer calar
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez ou não tratamento precoce contra covid-19 na quarentena em NY?