A prisão dele foi pedida pelos seus superiores da 10ª Região Militar. Em 21 de março, a 10ª Região recebeu a Recomendação 2/2022 da Procuradoria Militar. O documento orientava os militares sobre atividade político-partidária, elegibilidade e crimes em razão da violação da Constituição
O Major João Paulo Costa Araújo, apoiador do presidente, que
se dizia pré-candidato a deputado federal pelo PL, recusou-se a cumprir a ordem
de apagar as publicações políticas de suas redes sociais. Desde então, ocupa
uma cela no 25º Batalhão de Caçadores, em Teresina.
A foto com uniforme do Exército diante de uma fila de
motocicletas é a primeira imagem da conta do Instagram do major João Paulo
Costa Araújo. Ela mostra a conclusão de um curso em 2018. Um ano depois, as
imagens da vida militar e da família foram trocadas por vídeos e fotos
político-partidários. Militar da ativa, paraquedista e guerreiro de selva, ele
virou seguidor de Jair Bolsonaro.
A estreia foi em 26 de maio de 2019, na primeira mobilização
para apoiar o presidente. Em sua conversão ao bolsonarismo, o major - um
católico conservador - chegou até a compartilhar as ofensas à República e ao
marechal Deodoro da Fonseca, publicadas pelo então ministro da Educação Abraham
Weintraub.
A prova de tudo continua na internet. Ali estão as imagens de
livros de Olavo de Carvalho, as fotos dele em manifestações em Brasília ao lado
do blogueiro Allan Santos, a defesa da cloroquina e da ivermectina e as
críticas às vacinas e à oposição.
Nas redes, o major pôs em dúvida as urnas eletrônicas. E
compartilhou imagem em que os ministros do STF Alexandre de Moraes, Luís
Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes são retratados com o
bigode de Adolf Hitler.
Foi ali que ele lançou o desafio aos superiores que o levou a ter a prisão preventiva decretada pela 10ª Circunscrição Judiciária Militar por desobediência. O apoiador do presidente, que se dizia pré-candidato a deputado federal pelo PL, recusou-se a cumprir a ordem de apagar as publicações políticas de suas redes sociais. Desde então, ocupa uma cela no 25º Batalhão de Caçadores, em Teresina.