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 "Projeto de Nação" foi desenvolvido por militar que presidiu ONG do Coronel Ustra e tem apoio do Instituto de Eduardo Villas Bôas. Mourão fechou evento dizendo que considera "o Destino Manifesto do nosso País"

Eduardo Villas Bôas e Hamilton Mourão. Créditos: Instituto General Eduardo Villas Bôas


Um documento de 93 páginas intitulado "Projeto de Nação" mobilizou uma parcela de militares - entre eles o vice-presidente, Hamilton Mourão, e o ex-comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas - na última quinta-feira (19) em Brasília.

O "estudo" está sob tutela do general Luiz Eduardo Rocha Paiva, ex-presidente do grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma), a ONG do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, e tem a chancela do Instituto Sagres, dirigido por ele, e da ONG do ex-comandante do Exército, o Instituto General Villas Bôas (IGVB) - o mesmo que ameaçou o Supremo Tribunal Federal (STF) em 2018 durante julgamento do habeas corpus que daria a liberdade a Lula (PT). Fecha a tríade o chamado Instituto Federalista.

De forma surreal, o "estudo" inicia com um "relatório de conjuntura", mostrando a "evolução política-estratégica" datado de setembro de 2035, quando impera "o chamado globalismo — movimento internacionalista cujo objetivo é determinar, dirigir e controlar as relações entre as nações e entre os próprios cidadãos, por meio de posições, atitudes, intervenções e imposições de caráter autoritário, porém disfarçados como socialmente corretos e necessários".

O documento, que está sendo distribuído pelo Instituto Sagres - uma ONG que reúne militares e ultraconservadores para prestação de "consultorias" - e pelo IGVB prevê que o bolsonarismo triunfe até a data e lista 37 temas, divididos em sete eixos, para implantação do "projeto de nação".

Entre as metas estão o fim da obrigatoriedade do Sistema Único de Saúde (SUS) e a cobrança de mensalidades em universidades públicas até 2025.

"Vale assinalar os esforços empreendidos por sucessivos governos, a partir do início da década de 2020, com vistas a aperfeiçoar o sistema de gestão e controle dos recursos públicos alocados para o SUS. Além disso, a partir de 2025, o Poder Público passou a cobrar indenizações pelos serviços prestados", diz o texto com ar futurista.

"Quanto à Educação Superior, o quadro não era muito diferente. Amplos setores das Instituições de Ensino Superior (IES) — principalmente as públicas — transformaram-se em centros de luta ideológica e de doutrinação político-partidária", diz o "estudo" em outro trecho, ressaltando que "um marco importante para a melhoria de desempenho das universidades públicas, mas que sofreu forte resistência para vingar, foi a decisão de cobrar mensalidades/anualidades".

Villas Bôas e Mourão: as estrelas do evento

O evento de lançamento do "projeto de nação" aconteceu no auditório da Fundação Habitacional do Exército (FHE), entidade que gerencia a Associação de Poupança e Empréstimo (Poupex) dos militares, e teve como estrelas Villas Bôas e Mourão.

“Certamente, aqui está uma parcela importante do pensamento estratégico do Brasil”, disse o ex-comandante do Exército em discurso lido pela presidente do IGVB, Maria Aparecida Villas Bôas, esposa do militar.

 Em sua fala, Mourão, que é pré-candidato ao Senado pelo Republicanos no Rio Grande do Sul, agradeceu o "trabalho de gigantes".

 “Eu saio daqui esta noite extremamente recompensado por tudo que vi e por, mais uma vez, acreditar que aqui está sendo lançada a pedra fundamental para aquilo que eu considero que é o Destino Manifesto do nosso País: ser a maior e mais próspera democracia liberal ao sul do Equador”, disse o vice-presidente.

 Veja o vídeo abaixo e leia a íntegra do projeto.

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