A menina foi encontrada na madrugada desta quarta-feira (8), em uma região de mata, no bairro do Miramar, em João Pessoa, após três dias desaparecida
Homem confessa que matou Anielle em matagal, mas nega estupro (Foto: Reprodução)
De acordo com o depoimento, prestado na noite desta quarta (8), o homem revela ter esganado a vítima com as mãos no matagal onde o corpo foi encontrado. O delegado mencionou ainda que o homem disse ter passado o dia consumindo drogas e bebidas alcoólicas na companhia de Cintia, mãe da criança. No meio da madrugada, ele teria acordado e percebido que nem a menina e nem a bicicleta estavam no local.
Ainda segundo o depoimento, o homem alegou que saiu à procura da criança e a encontrou no bairro de Miramar, perto da mata. Nesse momento ele teria arrastado a menina para dentro do matagal e a esganado com próprias mãos. Apesar de ter confessado que tirou a vida da criança, ele negou o crime de estupro. Questionado sobre o porquê do corpo da menina ter sido encontrado sem roupa, ele alegou não saber explicar.
A prisão
Logo após chegar à Central de Polícia, questionado, ele chegou a negar que teria cometido do crime de homicídio e mencionou que, no dia do desaparecimento de Anielle, estava bebendo junto com a mãe da menina e o ex-namorado dela. Antes de ouví-lo, a polícia afirmou desconhecer a versão.
O suspeito ainda disse que trabalha como vendedor de coco na praia onde a família estava e que conhece a mãe dela há cerca de seis anos. Ele afirmou também que tem passagem pela polícia e que foi preso há dez anos.
Sangue na roupa do acusado
Mesmo tendo sido encontrado nesta quarta (8), os exames de necrópsia só devem ser iniciados nesta quinta-feira (9). O motivo é o estado de decomposição em que o corpo foi encontrado. De acordo com a perita criminal Amanda Melo, os restos mortais devem ficar sob refrigeração por pelo menos 24 horas para que seja possível realizar a perícia de maneira mais eficiente.
A perita, que integra o Instituto de Polícia Científica (IPC) de João Pessoa, informou também que houve coleta de material genético. “Houve a necessidade porque ela estava com indícios de um crime de estupro, já que o corpo estava seminu. Coletamos o material e enviamos para os laboratórios”, disse.
O delegado Rodolfo Santa Cruz informou, após a chegada do suspeito à Central de Polícia da capital, que material genético foi colhido dele para ser confrontado ao encontrado no corpo da criança. Ele prestou depoimento, fez exame de corpo de delito e foi encaminhado para o presídio.
O caso
Anielle foi vista pela última vez na madrugada do domingo (5). Ela, a mãe e a irmã mais nova estavam dormindo em um dos quiosques da orla do Cabo Branco. A mãe, que trabalhou por muito tempo em quiosques da região, alegou que o local era de conhecidos, e que resolveu passar a noite ali na intenção de voltar para casa no dia seguite, já que os preços dos transportes por aplicativo estavam altos.
Segundo relatos da mãe, por volta das 5h da manhã Anielle chegou a acordar a irmã mais nova a convidando a andar de bicicleta. Após a menina se recusar, Anielle teria subido na bike do suspeito. Uma câmera de monitoramento capturou o momento em que a menina interage com ele. Foi a última vez em que ela foi vista com vida.