O Tribunal Superior Eleitoral irá julgar em outubro a ação
que pede a cassação da chapa Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão por
impulsionamento ilegal de mensagens em massa pelo WhatsApp. De acordo com a
reportagem do jornal Valor Econômico, as novas provas que o ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes aportou ao inquérito são um
“material forte”. Elas indicam a existência de um núcleo político no comando da
campanha de fake news.
O material inclui dados obtidos a partir de quebras de sigilo
de pessoas investigadas por integrar uma organização criminosa digital que atua
desde 2018 em um esquema de financiamento, produção e publicação de notícias
falsas e ataques às instituições democráticas.
Na avaliação dos ministros do TSE há condições técnicas para
cassar a chapa Bolsonaro-Mourão. Os quatro processos que correm na Corte
revelam que foram cometidas irregularidades durante a campanha eleitoral de
2018.
Abuso de poder econômico e uso indevido das redes sociais se
destacam entre as violações das leis cometidas pela campanha de Jair Bolsonaro.
Atualmente, tramitam no TSE quatro ações eleitorais,
conhecidas como Aije (Ações de Investigação Judicial Eleitoral), envolvendo a
chapa Bolsonaro-Mourão. Elas apuram desde o uso fraudulento de nomes e CPFs de
idosos para registrar chips de celular e garantir disparos em massa aos
eleitores à existência de uma “estrutura piramidal de comunicação” para
disseminar desinformação.
As provas de irregularidades cometidas pela chapa encabeçada
por Bolsonaro foram compartilhadas com o TSE a partir de uma decisão proferida
em julho pelo ministro Alexandre de Moraes, integrante do STF e da Corte
eleitoral. Há indícios de que o material possa ter relação com as eleições
passadas.