Presidente disse que o objetivo da operação era de constranger e humilhar o governo ao relacionar um caso de corrupção. Ele não comentou a conversa de Ribeiro com a filha, em que foi mencionado
Por Fernanda Trisotto — Brasília
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o ex-ministro
da Educação Milton Ribeiro (Foto) Cristiano Mariz/Agência O Globo
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o ex-ministro
da Educação Milton Ribeiro, dizendo que foi preso “injustamente” e que não
havia indícios mínimos de corrupção. Em entrevista concedida por vídeo na noite
deste domingo, Bolsonaro afirmou que o objetivo da prisão era causar
"constrangimento" ao governo.
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Ouça áudio: Milton Ribeiro relata conversa com Bolsonaro:
'Ele acha que vão fazer busca e apreensão'
Ele não fez nenhum comentário sobre ter sido citado como
suspeito de interferência no inquérito. Em uma interceptação telefônica, Milton
relatou à sua filha que havia conversado com o presidente e que Bolsonaro havia
lhe dito acreditar que seu ex-ministro seria alvo de busca e apreensão. Por
isso, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal apontaram suspeitas de
vazamento da investigação por parte de Bolsonaro.
O caso do Milton
agora, quem começou essa investigação foi a Controladoria-Geral da União, a
CGU, a pedido do próprio Milton. O Milton achou que algo estava errado, algumas
pessoas estavam ao seu lado a forma como era assediado e pediu a CGU que
fizesse ali um pente fino em contratos e observar se a ação dessas pessoas —
afirmou.
Ele acrescentou que foi
a partir desse relatório que a PF abriu sua investigação:
Até que aconteceu o
dia D, né? O dia da da prisão do Milton. Deixo claro, vocês já divulgaram aí
que o Ministério Público foi contra a prisão do Milton. Não tinha indícios
mínimos ali de corrupção por parte dele. No meu entender, ele foi preso
injustamente.
Na visão do presidente, esses movimentos têm como objetivo constranger e humilhar o governo, causando desgaste ao associá-lo em narrativas de corrupção.
O presidente não comentou, em nenhum momento, a menção feita
por Millton Ribeiro em uma ligação telefônica com sua filha, no dia 9 de junho.
Nessa data, Bolsonaro estava nos Estados Unidos, acompanhado do ministro da
Justiça, Anderson Torres. O ministro negou neste domingo ter tratado de
operações da PF durante a viagem.
Milton Ribeiro, que já está solto, é um dos alvos de
investigação sobre suspeitas de corrupção no Ministério da Educação. No
telefonema com a filha, Milton Ribeiro afirmou:
A única coisa meio...
hoje o presidente me ligou... ele tá com um pressentimento, novamente, que eles
podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos
pra ele, né?
Depois disse:
Não! Não é isso... ele acha que vão fazer uma busca e apreensão... em casa... sabe... é... é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios né...