Homem, que é peruano, foi detido em flagrante por uso de documento falso enquanto era ouvido sobre os crimes. Ele nega participação.
Por Andréia Sadi
A Polícia Federal prendeu, na quinta-feira (8), o peruano
Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, suspeito de ser o mandante dos
homicídios do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.
Os crimes ocorreram no início de junho na região do Vale do Javari, no Amazonas
(relembre abaixo).
Colômbia foi detido em flagrante por uso de documentos falsos
ao ser ouvido na delegacia de Tabatinga sobre suposta participação nos
homicídios. Ele negou envolvimento com o crime.
Apesar de negar participação nos assassinatos, uma das linhas
de investigação da PF é de que Colômbia, que também seria um traficante de
drogas, compra pescado ilegal de criminosos da região.
Como a pena do crime de uso de documentos falsos é superior a
quatro anos, Coelho não poderá ser solto por pagamento de fiança. E a PF
pretende pedir a prisão temporária dele para que possa aprofundar as
investigações.
A PF deve dar uma entrevista nesta sexta-feira (8) com
atualizações do caso. Entre os pontos, a PF vai explicar como foi feita a
reconstituição do crime e informar sobre o envio do caso para a Justiça
Federal, para onde o caso foi encaminhado por ter relação com terras indígenas.
Nesta sexta-feira também vence o prazo das prisões dos outros três suspeitos do crime: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, o Dos Santos; e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha.
O crime
Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para
uma investigação na Amazônia, na Terra Indígena Vale do Javari. Eles foram
vistos pela última vez em 5 de junho, quando passavam em uma embarcação pela
comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para Atalaia do Norte. A viagem de 72
quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao
destino.
Os restos mortais deles foram achados em 15 de junho. As
vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e
enterrados. Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três
disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.
A polícia achou os restos mortais dos dois após Amarildo da
Costa Oliveira confessar envolvimento nos assassinatos e indicar onde estavam
os corpos.