Giovanni Bezerra também dava plantões no Hospital Estadual da Mãe de Mesquita, na Baixada
Por Rafael Nascimento de Souza
O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, após ser preso durante o plantão por estupro de paciente foto Fabiano Rocha / Agência O GloboA Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de
Meriti vai investigar se ao menos 20 mulheres foram vítimas do anestesista
Giovanni Quintella Bezerra, nos últimos meses, no Hospital Estadual da Mãe de
Mesquita. Ele também dava expediente no local, segundo a Secretaria estadual de
Saúde (SES). O médico é investigado por seis casos e está preso pelo estupro de
uma paciente, durante uma cesárea, no Hospital da Mulher em São João de Meriti.
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Para a delegada Bárbara Lomba, titular da Deam, o anestesista
“é um criminoso em série” e que ele “sedava as vítimas para cometer os crimes”.
A gente já sabe que a
sedação era desnecessária. Acredito que ele as sedava para cometer o crime. Por
conta disso, ele já comete também uma violência obstétrica por conta da sedação
desnecessária — informou a delegada, que completou: — Pela repetição, são ações
criminosas que observamos e, pela característica compulsiva das ações dele,
podemos dizer que ele é um criminoso em série.
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Nesta quarta-feira (13), a delegada conversou por telefone
com a vítima do anestesista. Com a ajuda do marido da vítima, a policial contou
que ela havia sido vítima de um estupro pelo médico. No começo da noite desta
quarta, na saída de distrital, a delegada falou que “a vítima está muito
indignada, revoltada e chateada” com tudo o que aconteceu.
Após a justiça converter para preventiva a prisão do
anestesista, a Seap o transferiu para o Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do
Rio. O suspeito foi levado Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira,
conhecido como Bangu 8, pouco depois das 20h. A unidade é destinada a presos
que têm nível superior.
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Equipe transferiu cirurgia cesariana para sala que seria
possível a filmagem. Enfermeiras perceberam comportamento suspeito do
anestesista Giovanni Quintella Bezerra, além do uso excessivo de sedativo
Celular foi escondido em armário com ângulo de visão
direcionado para o anestesista, flagrando o estupro. Equipe de enfermagem,
formada por mulheres, suspeitou do médico Giovanni Quintella Bezerra e o
flagrou estupro
Quando chegou ao local, pouco depois das 21h10, detentos do presídio
começaram a sacudir as grades, vaiar e xingar o anestesista, como forma de
protesto. Assim como em Benfica, por segurança ele ficará em uma cela isolada
na galeria F.
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A unidade abriga presos de casos conhecidos, como Jairinho, que aguarda julgamento pelo caso da morte do enteado, Henry Borel. Outro que também estão na unidade é o delegado Marcos Cipriano, preso na Operação Calígula, que mirou a exploração ilegal de jogos de azar pelo bicheiro Rogério de Andrade, e Maurício Demétrio, preso acusado de participar de uma organização criminosa que extorquia comerciantes em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.