Por-Ricardo Kertzman
Querem saber? Já não tenho mais dúvidas: Jair Bolsonaro, o
verdugo do Planalto, não é apenas cínico, ignorante e mentiroso. É também
burro. Muito burro! O amigão do Queiroz não consegue compreender as perguntas
mais simples, meu Deus. Nem muito menos proferir uma mísera frase com sujeito,
verbo e predicado que faça algum sentido.
O devoto da cloroquina foi simplesmente moído no Jornal
Nacional por um certeiro William Bonner e uma hesitante Renata Vasconcellos.
Sem rumo, o atordoado presidente fazia caras e bocas, mas não conseguia emendar
lé com lé e cré com cré, coitado. E forneceu uma quantidade tremenda de ‘aspas’
que farão a alegria dos portais de notícias.
Já sua horda de fanáticos terá de engolir em seco tais
‘aspas’, ainda que, provavelmente, saia comemorando o bom desempenho do ‘mito’,
seja lá qual for. Para o mundo real – fora da Bolsolândia -, o patriarca do clã
das rachadinhas reforçou a imagem de golpista (cagão, é verdade), de desumano
(assumido) e, novamente, de arregão (miou para a Globo).
Alguns momentos foram marcantes: quando disse que Bonner o
estava estimulando a ser ditador; quando não entendeu uma formulação básica, de
quinta-série, sobre autonomia da Polícia Federal; quando foi veementemente
desmentido sobre a falta de oxigênio na Amazônia, e se calou; quando teve, na
marra, que balbuciar que respeitará as eleições.
Bolsonaro mente tanto, mas tanto, que já não distingue suas
falácias da realidade: afirmou que nunca xingou os ministros do STF (Supremo
Tribunal Federal). Não? ‘Canalha’ (Moraes) e ‘Filho da Puta’ (Barroso) devem
ser elogios no linguajar do baixo meretrício miliciano. E sobre vacinas foi
desmentindo outra vez, vexatoriamente, por William Bonner.
A surra em forma de entrevista não deverá alterar o cenário
eleitoral, já que os votos, como indicam as pesquisas, estão consolidados –
cerca de 80% dos eleitores não pretendem mudar de opinião. Os bolsominions
continuarão idolatrando o mestre e os mortadelas, o odiando. E alguns gatos
pingados, como eu, chorando na cama, que é lugar quente, diante da tragédia que
se tornou votar no Brasil.