Só três estados não registram diagnósticos. Pais ocupa o terceiro lugar em número de casos no ranking mundial (Por Melissa Duarte)
Surto de varíola dos macacos se espalhou rapidamente pela América Latina foto Ernesto BENAVIDES/AFP
O Ministério da Saúde confirmou 4.144 casos de varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox, e uma morte até esta quarta-feira. O montante dobrou em apenas 19 dias, o que aponta para o avanço da doença pelo Brasil. O país — que tem a maior quantidade de infectados na América Latina e a terceira no mundo — acumulava 2.004 diagnósticos em 6 de agosto.
Com 2.640 infectados, São Paulo lidera em número de casos, o equivalente a 63,7% do total. Rio de Janeiro ocupa o segundo lugar, com 508 (12,2%), e Minas Gerais registra 221 (5,3%). Dessa forma, a Região Sudeste concentra mais de oito em cada dez infectados em todo o Brasil.
Entre os estados, a varíola dos macacos só não foi registrada no Amapá — o único a não ter casos suspeitos —, em Rondônia e em Sergipe até o momento. Também há 4.653 casos suspeitos em território nacional. O país figura atrás apenas de Estados Unidos e Espanha no mundo, segundo monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A monkeypox tem baixa letalidade, mas a doença pode evoluir para quadros mais graves, sobretudo em pessoas de grupos de risco. Entre eles, estão imunossuprimidos — quem tem imunidade fragilizada devido a câncer, HIV/Aids ou transplante, por exemplo —, gestantes e crianças.
O Ministério da Saúde anunciou a compra de 50 mil doses de vacina para profissionais de saúde e pessoas que tiveram contato com infectados. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório da OMS nas Américas, fechou acordo com a fabricante Bavarian Nordic, da Dinamarca, por meio meio um fundo rotatório nesta quarta-feira.
Em meio à escassez mundial do produto, a projeção da pasta é que os imunizantes estejam disponíveis a partir de setembro em território nacional. Além disso, o ministério planeja adquirir o antiviral tecovirimat, destinado a pesquisas clínicas e a pacientes graves.
O órgão já pediu que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analise ambos os produtos e conceda a dispensa de registro para importação e uso no Brasil. O resultado deve sair na próxima semana.
Segundo a pasta, a principal forma para prevenir a doença é evitar contato com pacientes infectados ou objetos contaminados, uma vez que a transmissão se dá, majoritariamente, pelo contato físico direto, pele a pele, com lesões ou fluidos corporais. Higienizar mãos e usar máscara também figuram entre as precauções.
No rol de sintomas, estão erupções cutâneas — isto é, lesões na pele como pústulas —, febre, inchaço dos gânglios (adenomegalia), dor no corpo, exaustão e calafrios. O diagnóstico costuma ser clínico, mas também há possibilidade de fazer um teste PCR, preferencialmente nas lesões.