No seu grupo próximo, há quem pense até no pior, como o presidente, irritadíssimo, abandonando a bancada do jornal (Evandro Éboli)
Quatro anos depois, Jair Bolsonaro volta hoje à bancada do
Jornal Nacional, estreando a série de entrevistas do noticioso com os
principais presidenciáveis.
O momento hoje é outro. Bolsonaro volta não como um deputado
candidato a presidente, mas um presidente que busca a sua reeleição.
E cujo governo tem muito mais aspectos negativos do que
positivos a apresentar. E só os negativos serão lembrados, porque esse é o
papel do jornalismo, ser crítico. E, convenhamos, pouca coisa boa esse governo
tem a mostrar.
Bolsonaro não vai escapar de perguntas duras sobre sua
condução na epidemia da Covid-19. E não será só um questionamento. Muita gente
apostando que sua campanha contra a democracia e seus ataques às urnas
eletrônicas – que estarão presentes com ênfase, com certeza – serão os
principais temas.
Campanha contra máscara, frases infelizes, defesa de
medicamento ineficaz e demora na aquisição da vacina estarão no rol das
perguntas de William Bonner e Renata Vasconcellos.
A economia também será outro ponto alto. A miséria que assola
o país, a volta do Brasil ao Mapa da Fome e a carestia serão assuntos.
Razões e temas para deixar Bolsonaro muito irritado não faltarão. Sua equipe preferia que ele não fosse o primeiro a ser entrevistado, mas um sorteio quis assim. Há o receio, ainda que improvável, de o presidente abandonar a bancada no caso de ele se sentir muito acuado.