O general Braga Netto, hoje vice na chapa do presidente, recebeu R$ 926 mil em dois meses daquele ano, no auge da pandemia
Vice na chapa de Bolsonaro e ex-ministro, o general Walter
Braga Netto recebeu R$ 926 mil em março e junho de 2020, no auge da pandemia,
informa o Estadão. Só de férias, foram pagos R$ 120 mil ao militar em um único
mês.
Segundo o jornal, outros militares do governo tiveram a folha
de pagamento turbinada naquele ano. Estão na lista Luiz Eduardo Ramos, ministro
da Secretaria-Geral da Presidência, e Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e
Energia. Dados do Portal da Transparência apontam que os benefícios pagos pelo
governo fizeram com que oficiais e pensionistas ganhassem até R$ 1 milhão na
folha de pagamento em um único mês.
“Bento Albuquerque, almirante de esquadra reformado da
Marinha, teve R$ 1 milhão em ganhos brutos nos meses de maio e junho somados,
enquanto o salário habitual do ex-ministro é de R$ 35 mil por mês como militar.
Luiz Eduardo Ramos, por sua vez, recebeu um montante de R$ 731,9 mil em julho,
agosto e setembro de 2020, também somados, apesar de ganhar um salário de R$ 35
mil por mês em períodos ‘normais’ como general. Na época dos ganhos extras,
Ramos comandava a Secretaria de Governo”, diz a reportagem.
A folha de pagamento aumentou, principalmente, no período em
que os oficiais foram para a reserva. O Planalto patrocinou uma mudança que
aumentou a indenização paga quando os militares saem do serviço ativo e
adquirem essa condição, equivalente a uma aposentadoria.
Procurados pelo jornal, Braga Netto e Bento Albuquerque não
se pronunciaram sobre o caso. Ramos disse que os valores têm caráter
indenizatório ou de ressarcimento relativos à sua ida para a reserva. O
Exército afirmou que os pagamentos aos generais são legais. A Marinha não
respondeu.