Escolha segue tradição de eleger ministro mais antigo que ainda não tenha presidido o tribunal
Por André de Souza — Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) elegeu nesta quarta-feira a
ministra Rosa Weber para ser a nova presidente da Corte. A eleição, realizada
entre os 11 integrantes do STF, é uma formalidade, uma vez que a tradição é
apontar o ministro mais antigo que ainda não tenha presidido o tribunal,
posição hoje ocupada por Rosa. Em discurso após a eleição, a ministra se disse
honrada e afirmou que vai defender a Constituição e a democracia.
Rosa assumirá o comando da Corte em setembro, e vai ficar por
um ano no cargo, quando completará 75 anos, idade pela qual é obrigada a se
aposentar. Normalmente, um ministro fica dois anos no comando do STF.
Em especial, nesses
tempos tumultuados que estamos vivendo, o exercício deste cargo é um imenso
desafio, como Vossa Excelência pode atestar, ministro [Luiz] Fux [atual
presidente do STF]. Vou procurar desempenhá-lo com toda a serenidade e com a
certeza do apoio de Vossas Excelências, que para mim será fundamental, e sempre
na defesa da integridade, e na soberania da Constituição e do regime
democrático — disse Rosa
O ministro Luís Roberto Barroso também foi escolhido
vice-presidente da Corte. Rosa o elogiou, chamando-o de generoso, competente e
amigo, e disse ter sorte de tê-lo a seu lado.
Rosa reconheceu que, pela tradição, seria ela mesma a
escolhida para ser presidente da Corte. Ainda assim, se disse honrada e
"absolutamente sensibilizada pelo voto de confiança".
Sabemos todos que atos
de eleição em tribunais para cargos de administração são atos de rotina. Isso,
todavia, não ofusca de forma alguma a simbologia deste momento. Apenas a meu
juízo realça o que realmente importa: a instituição, a instituição Supremo
Tribunal Federal, que sobremaneira sobre todos nós. Na verdade é a ideia matriz
que está na Bíblia, Eclesiastes, uma geração vem, outra geração vai, mas a
terra permanece — afirmou Rosa.