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A carta em defesa da democracia elaborada pela Universidade de São Paulo (USP), que já conta com mais de 800 mil assinaturas, virou um ativo político para Lula e uma armadilha para o presidente Jair Bolsonaro.

Nesta terça, 9, Lula defendeu o documento e alfinetou seu principal adversário ao dizer que “a carta que Bolsonaro defende é a de milicianos do Rio de Janeiro”.

A brecha que o ex-presidente encontrou foi dada pelo próprio Bolsonaro, que decidiu atacar o documento e recebeu muitas críticas por isso. O presidente caiu na armadilha. O petista aproveitou.

Na segunda 8, por exemplo, Bolsonaro disse que democrata não assina “cartinha”, numa tentativa de diminuir a importância do documento.

“Pessoal, quem quer ser democrata não assina cartinha, não. Se eu mandar assinar que sou honesto, todo mundo vai assinar que é honesto. Democracia tem que sentir”, afirmou, repetindo o que já havia dito anteriormente.

Lula aproveitou a oportunidade e ganhou uma brecha que pode dar a ele visibilidade entre os eleitores ainda mal informados sobre o momento político do Brasil (sim, nas ruas das capitais é possível conversar com muitos deles).

Tanto Bolsonaro como seus filhos são conhecidos pelas ligações com milicianos, e Lula lembrou isso ao fazer o inteligente comentário de hoje.

Enquanto o presidente critica quem defende a democracia, Lula abre espaço dando voz a um documento apoiado por pensadores, estudiosos, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), entre outros.

A missiva foi criada, desde o início, para ser o mais imparcial possível e não apoiar nenhum candidato. Os organizadores tentaram elaborar um documento que remetesse a 1977, quando foi feito um movimento em defesa da democracia em meio à ditadura.

A USP teve o cuidado de tentar atrair o maior número de pessoas — com as palavras certas — e vai apresentar o documento na próxima quinta, dia 11.

Bolsonaro sentiu o golpe, quis se fazer de desinteressado… mas se queimou. O presidente tem uma longa lista de declarações e atitudes que mostram sua falta de compromisso com a democracia.

Ele atacou (e ainda ataca) as instituições democráticas, põe em dúvida a transparência das urnas, interfere na Polícia Federal e no Ministério Público e não mede esforços para fazer valer sua opinião golpista.

Outro dia repetiu a pergunta mais desavergonhada dos últimos tempos: “Qual ameaça estou fazendo à democracia?”. Dá vontade de responder ao presidente: “O senhor está com tempo? A lista é infinita”.

Enquanto isso, Lula deve ganhar destaque nesta semana, quando o conteúdo da carta em prol da democracia será apresentado na sede da Faculdade de Direito da USP. O jogo político ganhará mais um capítulo e o petista deve sair vitorioso mais uma vez.

 Com


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